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Brasil recebe fertilizantes a tempo para próxima safra de soja

Importação é um alívio em meio a receios de interrupções dos embarques da Rússia, o principal fornecedor

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Caminhão carrergado com soja em Mato Grosso (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)

Caminhão carrergado com soja em Mato Grosso (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)

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Tarso Veloso, Elizabeth Elkin e Tatiana Freitas (Bloomberg)

Publicado em 25 de maio de 2022 às, 13h54.

O Brasil importou quantidades recordes de fertilizantes para sua safra gigante de soja, um alívio em meio a receios de interrupções dos embarques da Rússia, o principal fornecedor.

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O setor temia não conseguir fertilizante suficiente por causa das sanções contra a Rússia pela guerra na Ucrânia e do caos marítimo que se desenrolou na região do Mar Negro. O Brasil é o maior exportador mundial de várias culturas, incluindo soja, e a falta de fertilizantes poderia resultar em colheitas menores. Isso elevaria os preços de alimentos em todo o mundo, que já estão em níveis recordes, levando mais pessoas à fome.

As importações totais de fertilizantes de janeiro a abril superaram as compras recordes em 2021, segundo dados do governo e de empresas que acompanham os embarques.

“Já recebemos mais de 70% de todas as nossas compras para a safra de soja, e o restante das entregas estão programadas dentro da espera normal”, disse Leandro Bianchini, supervisor comercial da Coacen, a maior cooperativa agrícola de Mato Grosso. “No milho ainda temos muito para comprar e uma janela menor para operar.”

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Há muito em jogo. A oferta de fertilizantes determinará quantos hectares de soja os agricultores brasileiros vão semear, de acordo com Marcela Marini, analista sênior do Rabobank em São Paulo. Se os embarques de fertilizantes continuarem fluindo em junho e julho, meses em que as importações atingem o pico, os produtores podem aumentar o plantio em 3,7%, para 42 milhões de hectares, mesmo em meio à disparada dos preços dos nutrientes agrícolas, disse.

As margens dos produtores de soja devem ficar em 56% acima dos custos operacionais na próxima safra, maiores que a média de cinco anos e o terceiro maior nível já registrado, segundo estimativa do Rabobank.

Inicialmente, o Rabobank estimava que o Brasil sofreria uma falta de um terço de suas necessidades de potássio. Agora o pior cenário é de até 20%, segundo o analista do banco Bruno Fonseca.

O potássio está quase três vezes mais caro que no ano passado, segundo dados da Green Markets da Bloomberg. Os insumos estão caros por uma série de razões, incluindo preços em disparada do gás natural, um dos principais ingredientes de fertilizantes a base de nitrogênio, sanções a um grande produtor de potássio da Bielorrússia e restrições de Covid que interromperam as cadeias de suprimentos globais.

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A invasão da Ucrânia pela Rússia, um grande exportador de todos os principais fertilizantes, levou o mercado a um caos ainda maior.

Diferentes culturas precisam de diferentes nutrientes. Em setembro o Brasil vai plantar soja, que precisa de fosfato e potássio que vem principalmente da Rússia e da Bielorrússia. Essas importações são as que cresceram.

O nitrogênio, muito utilizado no milho, ainda é escasso. No entanto, essa safra não será plantada até março de 2023, e as importações de nitrogênio são sazonalmente menores para esta época do ano e devem aumentar, segundo Marina Cavalcante da Green Markets.

Por Tarso Veloso, Elizabeth Elkin e Tatiana Freitas (Bloomberg)

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