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Copom, Fed, balanço da JBS e o que mais move os mercados

Há algum alívio na resolução do futuro do Credit Suisse, além da expectativa de que uma pausa na elevação dos juros pode acontecer

Bolsa (Germano Lüders/Exame)

Bolsa (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 21 de março de 2023 às 07h48.

Última atualização em 21 de março de 2023 às 08h32.

Depois de começarem no negativo, os mercados europeus e dos EUA terminaram em alta ontem e assim se mantêm, com a percepção de algum alívio na resolução do problema Credit Suisse e a expectativa de que o Federal Reserve pode optar por uma pausa na elevação dos juros para lidar com o cenário de falta de liquidez de parte do setor bancário.

No primeiro dia de reunião do Fomc, as apostas do mercado ainda são majoritariamente para uma elevação de 0,25 ponto percentual, mas há a percepção de que uma pausa no ajuste não seria surpreendente.

A equipe de macro do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame) vê, por exemplo, destaca que o momento é de cautela e flexibilidade pelo Fed. "Entendemos que o comitê optará pela continuidade de um ajuste de 25 bps (cenário de maior probabilidade), mas reconhecemos que uma decisão por estabilidade (0 bps) não está completamente descartada", escrevem os analistas.

O ânimo dos mercados também reflete a fala de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, que reiterou que o BCE está determinado a baixar a inflação a 2% no médio prazo, mas que também não sinalizou novas altas dado o cenário de turbulência no setor bancário.

Por aqui, a reunião do Copom também tem seu primeiro dia e o caminho vai no inverso do que se vê lá fora. Investidores se dividem entre esperar um corte de 0,25% na Selic, ou uma indicação de corte na próxima reunião de maio.

Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,70%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,61%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 36%
  • DAX (Frankfurt): +1,73%
  • CAC 40 (Paris): +1,71%
  • FTSE 100 (Londres): +1,51%
  • Stoxx 600 (Europa): +1,48 %
  • Hang Seng (Hong Kong): +1,36%

Copom e Fed iniciam reuniões

Começam nesta terça-feira, 21, as reuniões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga sua decisão amanhã após o fechamento do mercado, enquanto o comitê do Federal Reserve (Fed, banco central americano), apresenta sua decisão às 16h desta quarta-feira, 21.

Nos EUA, a expectativa é que a crise iniciada pelo Silicon Valley Bank (SVB) diminua o ímpeto do Fed, que elevaria as taxas em 0,25 ponto percentual (p.p.) – abaixo dos 0,5 p.p. que eram esperados antes. Por aqui, investidores se dividem entre esperar um corte de 0,25% na Selic, ou uma indicação de corte na próxima reunião de maio.

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À espera do arcabouço fiscal

No cenário local, investidores seguem aguardando a divulgação do arcabouço fiscal, pacote de medidas do governo que deve substituir o antigo teto de gastos. A proposta foi apresentada na semana passada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas os detalhes ainda não foram divulgados.

A expectativa dos investidores é que a nova regra fiscal traga maior previsibilidade sobre os rumos das contas públicas, abrindo caminho para um corte de juros por parte do Copom. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida será apresentada antes da viagem de Lula à China na próxima sexta, 24.

Governo decide aumentar juros do consignado

O governo deve voltar a subir os juros do consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após os bancos suspenderam os empréstimos para aposentados e pensionistas devido ao teto mais baixo imposto pelo governo. A taxa, que antes era 2,14%, caiu para 1,70% por decisão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Ontem, Rui Costa (Casa Civil), Lupi e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, discutiram uma fórmula para solucionar a questão para evitar que a operação continue suspensa pela maior parte dos bancos, incluindo públicos, como Banco do Brasil (BBAS3) e Caixa, e privados, como Itaú Unibanco (ITUB4). O entendimento é de que há necessidade de o governo adotar um "meio-termo", que oscilaria entre 1,8% e 2% de juro.

Quais os balanços do dia?

A temporada de balanços do quarto trimestre conta com nove balanços nesta terça-feira, entre eles o da JBS (JBSS3). Veja a lista:

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Como o Ibovespa fechou no último pregão?

O Ibovespa encerrou a segunda-feira, 20, em queda de 1,04%, aos 100.923 pontos, sem conseguir acompanhar o tom positivo no mercado internacional. Lá fora, as bolsas americanas se recuperam após o banco suíço UBS anunciar a compra do concorrente Credit Suisse, aliviando os temores de crise bancária. Por aqui, investidores estão receosos com a divulgação do arcabouço fiscal, que deve ser divulgado ainda nesta semana.

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