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Arezzo (ARZZ3) e Soma (SOMA3) caminham rumo à fusão - e analistas avaliam sinergia dos negócios

Uma possível fusão fez com que as ações de ambas companhias disparassem no Ibovespa desta quarta-feira, 31

Arezzo e Grupo Soma avaliam uma possível junção de negócios (Arezzo/Divulgação)

Arezzo e Grupo Soma avaliam uma possível junção de negócios (Arezzo/Divulgação)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 31 de janeiro de 2024 às 17h15.

A Superquarta foi ofuscada pela Arezzo (ARZZ3) e pelo Grupo Soma (SOMA3) — pelo menos aqui no Brasil. O anúncio de uma possível fusão fez com que as ações de ambas companhias operem com forte alta no pregão de hoje, porém a avaliação do movimento pelos analistas ainda é mista.

Leia também: Ações da Arezzo (ARZZ3) e do Soma (SOMA3) disparam com possível fusão

Uma junção dos negócios não é exatamente uma novidade. Como lembra Gabriel Costa, analista da Toro Investimentos, a possibilidade foi assunto quando a Hering foi comprada pelo Soma e também era alvo de interesse da Arezzo. “Agora surge essa notícia de uma troca de ações para uma combinação entre as empresas, mas ainda está muito nebuloso e com poucos detalhes realmente concretos sobre a transação.”

O analista destaca como ponto positivo na fusão entre as gigantes do varejo de moda o potencial de combinar “o melhor” das duas empresas. “De um lado temos a Arezzo, com uma expertise muito forte em entregar resultados consistentes trimestre após trimestre, e que tem a internacionalização de algumas marcas. Do outro, temos o Grupo Soma, que consegue acessar diferentes públicos com marcas como a Hering, que alcança a classe C.”

Na mesma linha, a Ativa Research, que tem recomendação de compra tanto para os papéis ARZZ3, quanto para SOMA3, destaca outros quatros pontos positivos caso a negociação seja concretizada:

  • fortificação da estratégia da Arezzo em ser uma “house of brands”;
  • possível melhora nas negociações com fornecedores;
  • melhora nos custos fixos, dado possíveis diluições;
  • maior participação no mercado de vestuários, que antes era apenas através da marca AR&CO (Reserva).

“Nossa opinião, até o que se sabe, é de que o deal se concretizando é positivo no curto prazo para o acionista, mas, no médio prazo será desafiador para a integração completa dos grupos”, diz a research.

O que pode atrapalhar a fusão entre Arezzo e Grupo Soma?

Por outro lado, Gustavo Cruz, analista da RB Investimentos, não vê com bons olhos o movimento. “Não acredito que seja uma sinergia tão óbvia desses dois grupos gigantes. Existe muita sobreposição”, diz. Além disso, o especialista aponta que diversas marcas dessas varejistas concorrem entre si. “A Arezzo não ofertava moda masculina quando comprou a Reserva, enquanto o Grupo Soma não atendia as moda básica até adquirir a Hering.”

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Já a Ativa vê como ponto negativo a integração dos grupos, que poderá ser trabalhosa e de longo prazo. “Com necessidade de integrar tecnologia, equipes e centros de distribuição, possível sobreposição destes e maior custo variável.”

A mesma observação foi feita pelo analista da Toro Investimentos. Embora positivo com a fusão, Costa alerta também para os riscos de que essa sinergia não ocorra com rapidez e clareza — lembrando de outra fusão entre gigantes, que foi a Hapvida (HAPV3) e a NotreDame Intermédica. “O mercado esperava destravar as sinergias muito mais rápido, mas até hoje a ação é penalizada por esse lento processo de combinação dos negócios”, diz.

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