Invest

Renda fixa e Renda variável: entenda a diferença dessas duas classes de ativos

Entender e possuir ativos de renda fixa e renda variável em seu portfólio é fundamental para manter uma boa carteira de investimentos

 (Micheile Henderson/Unsplash)

(Micheile Henderson/Unsplash)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 4 de abril de 2024 às 07h00.

Última atualização em 5 de abril de 2024 às 14h32.

As carteiras de investimentos podem apresentar uma infinidade de ativos, mas em linhas gerais ela será resumida na alocação entre renda fixa e renda variável.

Por essa razão é muito importante entender o que é cada uma dessas classes e quais ativos se enquadram em cada uma delas.

O que é renda fixa?

Para ser possível entender a diferença entre renda fixa e renda variável, o primeiro passo é entender o que é cada uma dessas classes de ativos, iniciando pela renda fixa.

A renda fixa é a modalidade de investimento onde o investidor já sabe, no momento em que realiza a aplicação, qual será a sua remuneração. Portanto, na renda fixa existe uma maior previsibilidade quanto ao seu rendimento.

Importante lembrar que essa remuneração é dividida em três classes: remuneração pós-fixada, prefixada ou híbrida (geralmente IPCA + taxa prefixada).

Os investimentos em renda fixa tendem a ser considerados os mais seguros do mercado, porém é fundamental que o investidor entenda que em alguns títulos existe, em virtude da marcação a mercado, a possibilidade de se obter prejuízos dentro dessa classe.

Entretanto, em linhas gerais e, caso o investidor mantenha o valor aplicado até o vencimento, o risco dessas aplicações são muito pequenas e, por essa característica, são tão buscadas pelos investidores com perfil conservador.

O que é renda variável?

A renda variável, por sua vez, diferente do que ocorre dentro da renda fixa, não apresenta uma rentabilidade prevista no momento da aplicação dos valores.

Nesse sentido, nessa modalidade de investimentos a rentabilidade só será conhecida pelo investidor no momento do resgate, podendo ser inclusive uma rentabilidade negativa, em virtude do risco atrelado aos ativos que se enquadram na renda variável.

Para que o investidor aloque seus recursos em ativos de renda variável é necessário que ele tenha pleno conhecimento e entendimento de que as coisas podem não sair conforme ele espera no futuro, já que a rentabilidade das aplicações em renda variável são fortemente impactadas pelo humor do mercado.

Apesar dessa possibilidade de rentabilidade negativa é em virtude desse risco que os ativos de renda variável apresentam maiores chances de rentabilidade acima do esperado pelo investidor, principalmente quando o horizonte da aplicação fica claro, isto é, o longo prazo.

Qual a diferença entre renda fixa e variável?

Após entender o que é renda fixa e renda variável, ficará mais fácil saber identificar e entender quais são as principais diferenças entre renda fixa e renda variável.

A principal diferença entre a renda fixa e a renda variável está ligada à rentabilidade e ao risco, que são variáveis que andam juntas quando o assunto é investimento.

Nesse sentido, enquanto a renda fixa é um investimento mais seguro, com riscos baixos e rentabilidade já conhecida, o que garante previsibilidade e tranquilidade ao investidor, a renda variável é totalmente imprevisível e cheia de riscos, os quais muitas vezes estão ocultos.

E, pela diferença no nível de risco de cada uma delas, a rentabilidade também tende a ser bem diferente. Assim a renda variável, pensando no longo prazo, tende a gerar melhores rentabilidades ao investidor do que as aplicações em renda fixa.

Porém, é importante lembrar que cada uma delas é importante dentro de um portfólio de investimentos e não existe certo e errado, mas sim um balanço entre as duas modalidades de investimentos.

Principais tipos de renda variável

A renda variável se divide em alguns tipos de ativos, os quais são negociados dentro das bolsas de valores muito a fora.

Ações

As ações, que são uma parcela do capital de uma empresa negociada dentro da bolsa de valores, é o ativo de renda variável mais conhecido entre os investidores.

Os grandes atrativos das ações são os dividendos pagos pelas empresas em conjunto com os altos potenciais de retorno, os quais são praticamente impossíveis dentro da renda fixa.

Como elas são negociadas entre os investidores no mercado, questões como ciclo econômico, resultados das empresas e humor dos agentes do mercado são cruciais para a sua precificação.

Portanto, se você quer entrar no mercado de ações, saiba que irá se deparar com grandes oscilações.

Fundos Imobiliários

Os Fundos Imobiliários se tornaram muito conhecidos no mercado de meados de 2019 para cá, período em que o número de investidores nessa classe de ativos aumentou vertiginosamente.

Eles são uma forma de investidores acessarem um dos mercados mais fortes do país, o imobiliário. Por meio dos FIIs é possível comprar cotas de galpões logísticos, shoppings, edifícios comerciais, entre outros.

Apesar de apresentarem, na média, oscilações menores do que as ações, eles também são ativos de renda variável e podem impactar as carteiras de investimentos, seja com grandes valorizações ou grandes desvalorizações.

Os Fundos Imobiliários ganharam muito mercado por conta da recorrência do pagamento dos aluguéis aos investidores, o que permite a criação de uma carteira de renda mensal bem interessante quando os ativos são bem escolhidos.

Opções

As opções são contratos de compra e venda nos quais os compradores possuem direito e os vendedores têm obrigação no momento do vencimento do investimento.

Elas são, provavelmente, a classe de ativos mais complexa de ser precificada e, por ser possível investir com pequenos valores e possibilitar valorizações estratosféricas, é um grande chamariz.

Porém, os investidores que pretendem utilizar essa classe de ativos precisam estar ciente dos riscos de cada uma das operações que é possível realizar com elas.

Exchange-traded fund (ETFs)

Os ETFs são fundos de índice negociados dentro da bolsa de valores como ocorre com as ações, porém com uma grande diferença: são diversificados.

Os Exchange-traded fund são a melhor alternativa para os investidores que querem dar o primeiro passo dentro da renda variável, já que por meio deles é possível se expor aos mais variados mercados, com uma grande diversificação o, que tende a reduzir os riscos.

Com apenas uma cota de ETF o investidor pode se expor ao mercado de ações brasileiro, norte-americano, ao ouro e, mais recentemente, os ETFs atrelados as criptomoedas.

Principais tipos de renda fixa

Até aqui você já entende o que é renda variável e renda fixa e, além disso, até mesmo quais são os principais ativos de renda variável,

Agora é hora de entender quais são as principais opções de renda fixa disponíveis no mercado e, para isso, será necessário dividir os produtos em 3 grandes classes: renda fixa bancária (CDB, LCA e LCI), renda fixa privada (CRI, CRA e Debêntures) e renda fixa pública (Títulos do Tesouro Nacional).

Certificado de Depósito Bancário

O Certificado de Depósito Bancário é um título de renda fixa emitido por instituições financeiras, que como todo título de renda fixa representa uma dívida a quem o emitiu.

Os CDBs são muito comercializados pelos grandes bancos e são uma excelente alternativa para criação da sua reserva de emergência.

Letra de Crédito do Agronegócio e Letra de Crédito Imobiliário

As LCAs e LCIs são investimentos de renda fixa isentos de imposto de renda, que possuem como foco a captação de recursos para os dois setores mais fortes da economia brasileira.

Esses títulos apresentam liquidez menor do que o CDB, já que existe carência de 9 meses nas LCAs e de 12 meses nas LCIs, carências essas que mudaram esse ano.

Certificado de Recebíveis Imobiliários e Certificado de Recebíveis do Agronegócio

Os CRIs e CRAs podem ser considerados os primos das LCAs e LCIs, porém ao invés de emissão por parte das instituições financeiras são emitidos pelas demais empresas do mercado de valores mobiliários.

Esses títulos também são isentos de imposto de renda e possuem negociação no mercado secundário, o que aumenta a sua liquidez, porém podem causar prejuízo ao investidor que sai antes do vencimento.

Debêntures

As debêntures também são títulos de dívida emitidos por empresas do mercado de valores mobiliários, que podem ser ou não isentas de imposto de renda. Para que uma debênture seja isenta de IR ela deve se enquadrar na classe de debêntures incentivadas.

Da mesma maneira que os CRIs e CRAs, as debêntures são negociadas no mercado secundário e podem trazer tanto lucros quanto prejuízos caso o investidor queira sair a mercado dos seus investimentos.

Títulos Públicos

Os Títulos Públicos são investimentos de renda fixa emitidos pelo Governo Federal, que possuem rentabilidades atreladas tanto à taxa Selic quanto ao IPCA e também taxas prefixadas.

Dentro do Tesouro Direto é possível investir nos mais variados títulos do governo, uma vez que existem diversos vencimentos para cada um dos títulos emitidos.

Entre os títulos disponíveis no Tesouro Direto destacam-se o Tesouro Selic, o Tesouro IPCA, o Tesouro Prefixado, além das novas modalidades, o Tesouro Educa+ e Tesouro Renda+.

Acompanhe tudo sobre:renda-fixarenda-variavelAçõesFundos-imobiliariosETFsDebêntures

Mais de Invest

Carros e motos arrastados pela enchente no RS: seguro cobre? Como acionar?

Banco do Brasil (BBAS3) vai pagar R$ 2,6 bilhões em dividendos e JCP

Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro de R$ 9,3 bilhões no 1º tri – alta de 8,8%

Cogna tem lucro ajustado de R$ 50 mi e comemora crescimento de receita nas três unidades de negócio

Mais na Exame