Tecnologia

TV 4K Ultra HD ainda engatinha, mas a Globo já pensa em 8K

De acordo com diretor de engenharia de entretenimento da TV Globo, a tecnologia 8K seria a evolução natural da radiodifusão


	A sensação de imersão oferecida pelo 8K poderia substituir o 3D, que não foi bem aceito nas residências
 (David Becker / Getty Images)

A sensação de imersão oferecida pelo 8K poderia substituir o 3D, que não foi bem aceito nas residências (David Becker / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2013 às 17h37.

São Paulo - Após realizar testes de captação e reprodução de conteúdo em UHDTV (Ultra High Definition Television), tecnologia conhecida como 8K, no carnaval e na Copa das Confederações em parceria com a NHK, TV pública do Japão, a rede Globo acredita que a tecnologia representa a evolução natural da radiodifusão, tendo como base o planejamento da emissora asiática.

A NHK prevê realizar as primeiras transmissões via satélite em UHD em 2016. A meta é que as transmissões sejam feitas por via terrestre no país de forma universal, aberta e gratuita em 2020.

O UHD entrega resolução 16 vezes maior que o Full HD e trabalha com 22.2 canais de áudio, oferecendo maior sensação de imersão para o telespectador. Além disso, permite que o usuário fique mais próximo do televisor. Em uma televisão HD, é recomendado que o telespectador fique a uma distância equivalente a três vezes o tamanho do televisor, enquanto na tecnologia UHD essa distância pode ser reduzida para 0,75 vezes o tamanho do aparelho.

De acordo com o diretor de engenharia de entretenimento da TV Globo, Raymundo Barros, a tecnologia 8K seria a evolução natural da radiodifusão, com o 4K servindo como um estágio intermediário no processo. "Para a radiodifusão, pelo que vemos da experiência japonesa, o esforço é pela implementação do 8K. Não me parece que o 4K seja uma meta para a radiodifusão. Lá no Japão a meta é 8K para todas as residências em 2020".

A sensação de imersão oferecida pelo 8K poderia substituir o 3D nas residências. De acordo com Barros, a necessidade de usar óculos causa desconforto ao telespectador. "O que se vê no Japão é que a sensação de imersão é tão grande, e é possível estar tão perto da televisão, que pode não ser necessário usar o 3D. Mas pode ser que tenhamos 8K 3D um dia, no fim tudo se resume à questão dos óculos. No cinema, foi uma experiência bem sucedida porque o consumidor vai lá disposto a usar os óculos, mas nas casas isso parece causar desconforto no usuário".


A emissora já usa arquivos 8K para compor efeitos visuais nas suas produções. No caso da novela "Amor à Vida", por exemplo, o hospital cinematográfico localizado no Rio de Janeiro é inserido no ambiente da cidade de São Paulo com uso de computação gráfica e painéis de chroma key. As imagens de fundo usadas nessa composição foram captadas em 8K.

"São muitos desafios para a implementação do 8K. O volume de dados gerados por esses efeitos, por exemplo, é de 30 terabytes. Em relação à infraestrutura, temos centenas quilômetros de cabos coaxiais de cobre que usamos para transmissão de dados no Projac. Com o 8K, nada disso vai servir, será necessário usar fibra", diz Raymundo.

Espectro

De acordo com Barros, a disputa entre emissoras de TV e operadoras de telefonia por faixas de espectro é o principal obstáculo para apresentar um cronograma preciso para a implementação da tecnologia no Brasil. "Com a tecnologia que temos hoje, para evoluir o serviço de TV aberta e gratuita para além do HD é preciso mais espectro.

Essa é uma discussão que está em debate na sociedade civil", diz. "Todo mundo precisa de espectro. E outros setores estão demandando o espaço da TV. Acontece que a TV tem suas próprias demandas para poder evoluir", conclui.

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