Tudo aqui é simulação

Logo mais saberei quem vai ganhar a próxima Copa do Mundo. Estou reproduzindo a Copa no simulador FIFA 2002. O Brasil perdeu de cara para a Turquia, se recuperou com a China, ganhou da Costa Rica, mas agora vai ter de passar pela Bélgica nas oitavas-de-final. Estou simulando futebol desde que dei um tempo de simular vôos (Flight Simulator) e vidas humanas (no The Sims). Talvez volte a simular uma cidade (em Sim City) ou passe a simular um jardim zoológico (em Zoo Tycoon). Mas se me encher do computador vou para a sala assistir ao DVD de Final Fantasy, o primeiro desenho animado por computador que simula a realidade em todos os seus detalhes. (E, já que simula a realidade, bem que poderia simular uma heroína mais gostosa...) Tá legal, chega de brincadeira. Vou entrar no site do banco para simular um empréstimo para um apartamento. Mas, com o dinheiro que tenho, nem em simulação. Para não me deprimir, vou simular que sou um magnata jogando Banco Imobiliário.

Estamos vivendo a Era da Simulação. Podemos viver a nossa vida e simular outra. Os eternos pessimistas dirão que a Era da Simulação é um convite à alienação pessoal. E não posso negar isso quando passo horas vendo jogadores de futebol da Croácia virtual jogando contra Equador, que só existe no meu Pentium III. Outro dia soube de um simulador de história. Você inventa os personagens. O simulador mistura estruturas narrativas tradicionais para criar uma história com começo, meio, fim, e uma linha narrativa lógica.

Durante décadas as potências experimentaram suas armas nucleares na atmosfera terrestre. Depois, no subterrâneo. Hoje, elas são realizadas por simulação em grandes computadores. A natureza agradece.

Mas o melhor de todos é o PressSim©, o simulador de jornalista. O programa é simples de usar e extremamente útil quando não temos inspiração. Primeiro, você precisa alimentá-lo com seus textos. Quanto mais textos, melhor. Ele capta as nuances do seu estilo, a sua formatação de texto, sua linha de raciocínio. Aí você tem de preencher alguns dados básicos: Gênero - coluna; Mídia - revista; Tamanho - 3 200 toques; Segmento - informática; Tema - simuladores; Itens - simuladores de vôo, de futebol etc. Simulações nucleares. Filmes de computação gráfica; Linha - Mostrar que os simuladores, apesar dos problemas (alienação, vício etc), podem ser benéficos para nós e para o mundo como um todo. Pronto! Com esses dados o PressSim monta a coluna. Fica meio truncado, parece que falta alguma coisa. Mas não fica pior do que escrever sem inspiração. O PressSim simula colunas, análises econômicas, legendas para fotos de mulher pelada, análises de sistemas operacionais, editoriais políticos. Qualquer coisa.

E vem aí o ReaderSim© - o simulador de leitor. Coloque esta coluna - ou a Divina Comédia, de Dante - no ReaderSim e ajuste em quantas frases você quer um resumo. Na Era da Simulação, escrever é coisa do passado. Ler, também.

Logo mais saberei quem vai ganhar a próxima Copa do Mundo. Estou reproduzindo a Copa no simulador FIFA 2002. O Brasil perdeu de cara para a Turquia, se recuperou com a China, ganhou da Costa Rica, mas agora vai ter de passar pela Bélgica nas oitavas-de-final. Estou simulando futebol desde que dei um tempo de simular vôos (Flight Simulator) e vidas humanas (no The Sims). Talvez volte a simular uma cidade (em Sim City) ou passe a simular um jardim zoológico (em Zoo Tycoon). Mas se me encher do computador vou para a sala assistir ao DVD de Final Fantasy, o primeiro desenho animado por computador que simula a realidade em todos os seus detalhes. (E, já que simula a realidade, bem que poderia simular uma heroína mais gostosa...) Tá legal, chega de brincadeira. Vou entrar no site do banco para simular um empréstimo para um apartamento. Mas, com o dinheiro que tenho, nem em simulação. Para não me deprimir, vou simular que sou um magnata jogando Banco Imobiliário.

Estamos vivendo a Era da Simulação. Podemos viver a nossa vida e simular outra. Os eternos pessimistas dirão que a Era da Simulação é um convite à alienação pessoal. E não posso negar isso quando passo horas vendo jogadores de futebol da Croácia virtual jogando contra Equador, que só existe no meu Pentium III. Outro dia soube de um simulador de história. Você inventa os personagens. O simulador mistura estruturas narrativas tradicionais para criar uma história com começo, meio, fim, e uma linha narrativa lógica.

Durante décadas as potências experimentaram suas armas nucleares na atmosfera terrestre. Depois, no subterrâneo. Hoje, elas são realizadas por simulação em grandes computadores. A natureza agradece.

Mas o melhor de todos é o PressSim©, o simulador de jornalista. O programa é simples de usar e extremamente útil quando não temos inspiração. Primeiro, você precisa alimentá-lo com seus textos. Quanto mais textos, melhor. Ele capta as nuances do seu estilo, a sua formatação de texto, sua linha de raciocínio. Aí você tem de preencher alguns dados básicos: Gênero - coluna; Mídia - revista; Tamanho - 3 200 toques; Segmento - informática; Tema - simuladores; Itens - simuladores de vôo, de futebol etc. Simulações nucleares. Filmes de computação gráfica; Linha - Mostrar que os simuladores, apesar dos problemas (alienação, vício etc), podem ser benéficos para nós e para o mundo como um todo. Pronto! Com esses dados o PressSim monta a coluna. Fica meio truncado, parece que falta alguma coisa. Mas não fica pior do que escrever sem inspiração. O PressSim simula colunas, análises econômicas, legendas para fotos de mulher pelada, análises de sistemas operacionais, editoriais políticos. Qualquer coisa.

E vem aí o ReaderSim© - o simulador de leitor. Coloque esta coluna - ou a Divina Comédia, de Dante - no ReaderSim e ajuste em quantas frases você quer um resumo. Na Era da Simulação, escrever é coisa do passado. Ler, também.