água (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2014 às 08h47.
Mesmo com as chuvas do último final de semana, o índice que mede o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Cantareira retornou ao pior nível já registrado desde o início de sua operação, em 1974. Segundo dados da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp), o índice nesta terça-feira corresponde a somente 15,8% da capacidade total das reservas, mesma marca da última sexta-feira (7).
Ainda de acordo com as informações disponibilizadas pela concessionária, não há registro de chuvas sobre a região do Cantareira nesta terça-feira. No mês, o volume de chuvas acumulado soma 92,8 milímetros (mm), o que representa pouco mais de 50% da média prevista para março.
O Sistema Cantareira é responsável pelo abastecimento de mais de 10 milhões de usuários. Desses, 8,8 milhões são clientes da Sabesp. Para evitar o racionamento após a redução da vazão de captação máxima do sistema de 31 mil litros por segundo para 27,9 mil litros por segundo, a concessionária anunciou a transferência do abastecimento de cerca de 2 milhões de consumidores para os sistemas Alto Tietê e Guarapiranga.
Nesta terça-feira, o índice do Alto Tietê teve alta 0,1 ponto porcentual, para 38,4%, enquanto o Guarapiranga subiu de 71% para 71,2%.
Ontem, o consórcio PCJ, que representa as demais cidades que dividem a outorga do Sistema Cantareira com a Sabesp, divulgou nota considerando que "tais reservatórios são insuficientes para garantir o abastecimento da Grande São Paulo, sobretudo na estiagem". Ainda segundo a entidade, a alternativa apresentada pelo governo estadual e pela concessionária "levou à falsa impressão de que a Região Metropolitana de São Paulo está totalmente protegida e que possui um sistema interligado, de vários reservatórios, que garante seu abastecimento em qualquer situação".
Também em nota, a Sabesp informou que sistema integrado de abastecimento da Grande São Paulo é suficiente para o abastecimento de água. "A empresa esclarece que está tomando todas as providências para manter a normalidade do abastecimento dos 20 milhões de habitantes na Grande São Paulo". Em resposta às críticas do consórcio PCJ, o órgão disse que investiu desde 2004 mais de R$ 9,2 bilhões para ampliar a oferta de água na região.