PF e Ibama fazem operação contra crimes ambientais na Amazônia
A PF afirma que os investigados por envolvimento com o esquema são considerados os maiores desmatadores da Floresta Amazônica brasileira
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 12h39.
Policiais federais estão cumprindo hoje (27), em quatro estados, 14 mandados de prisão - entre preventivas e temporárias - para desarticular uma organização que, segundo os investigadores, especializou-se em invadir terras públicas na Amazônia brasileira para desmatá-las e transformá-las em pasto. Entre as áreas invadidas está a Floresta Nacional do Jamanxim, na cidade de Novo Progresso (PA). Ao menos uma pessoa já foi detida em São Paulo.
Apelidada de Operação Castanheira, em alusão à árvore protegida por lei e símbolo da Amazônia, a ação é fruto de uma investigação conjunta da Polícia Federal (PF), Receita Federal, do Ministério Público Federal (MPF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a quem cabe administrar e proteger a Floresta Nacional do Jamanxim.
Segundo a Procuradoria da República no Pará, as terras degradadas e transformadas em pasto eram loteadas e vendidas a produtores rurais. O dano ambiental, já comprovado por perícias, ultrapassa R$ 500 milhões. Em nota, a PF afirma que os investigados por envolvimento com o esquema são considerados os maiores desmatadores da Floresta Amazônica brasileira. Seus nomes, no entanto, não foram divulgados.
Os envolvidos deverão ser indiciados pelos crimes de invasão de terras públicas, furto, crimes ambientais, falsificação de documentos, formação de quadrilha, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar os 50 anos de reclusão a quem for condenado.
Noventa e seis policiais federais e 19 servidores do Ibama participam da operação para cumprir 22 mandados de busca e apreensão, 11 de prisões preventivas, três de prisões temporárias e quatro de conduções coercitivas (quando a pessoa é conduzida à delegacia para prestar depoimento e liberada em seguida). Diligências estão sendo feitas também em cidades de São Paulo, do Paraná e de Mato Grosso.
Editor Davi Oliveira