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Obama usa redes sociais para responder perguntas sobre crise

Obama disse que seu objetivo não é castigar os mais poderosos, mas recuperar os níveis tributários dos anos 1990

Ao longo de uma hora, o líder respondeu a perguntas tanto de pessoas no local da conferência como de outras conectadas por meio do LinkedIn (Getty Images / Scott Olson)

Ao longo de uma hora, o líder respondeu a perguntas tanto de pessoas no local da conferência como de outras conectadas por meio do LinkedIn (Getty Images / Scott Olson)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2011 às 23h07.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que atravessa um momento de baixa popularidade, recorreu nesta segunda-feira às redes sociais para defender suas propostas para promover o emprego e estimular a economia do país.

Obama, que está no Vale do Silício, na Califórnia, numa viagem de três dias pelo oeste americano, escolheu se expressar por um meio coerente com esse importante centro da tecnologia mundial: uma sessão de perguntas e respostas com os eleitores pela internet.

Ao longo de uma hora, o líder respondeu a perguntas tanto de pessoas no local da conferência como de outras conectadas por meio do LinkedIn, rede social para fins profissionais que patrocinou o evento.

O formato escolhido por Obama para responder às questões dos americanos não é novo. Considerado um grande orador, o presidente sabe que um dos seus pontos fortes é responder diretamente ao eleitorado, e as novas tecnologias possibilitam um contato com um dos segmentos da população mais desencantado com seu mandato: os jovens.

Durante o evento, ele respondeu a questões sobre as propostas que mais resistência têm encontrado até o momento, como o aumento de impostos para os ricos.

Obama disse que seu objetivo não é castigar os mais poderosos, mas recuperar os níveis tributários dos anos 1990. O mandatário lembrou que naquela época os impostos eram mais altos do que hoje em dia e isso não prejudicou a economia.

"Os ricos ficaram mais ricos, a classe média se expandiu e o povo saiu da pobreza", ressaltou o presidente americano.

Sua proposta de elevar os impostos das classes mais altas teve forte oposição entre os republicanos no Congresso, que descartam qualquer possibilidade elevação na carga tributária para fazer frente ao déficit fiscal. O partido, apoiado pelo movimento ultraconservador Tea Party, defende cortes drásticos no gasto público.


Em suas respostas, o governante, que buscará a reeleição em 2012 e pretende com suas medidas recuperar apoio popular, atribuiu parte do atual momento econômico nos EUA à crise da dívida na Europa.

"O continente (europeu) está atravessando uma crise financeira que assusta o mundo. Estão sendo realizadas medidas responsáveis, mas elas não foram feitas tão rapidamente como deveriam. A Europa não se recuperou totalmente da última crise e não resolveram os problemas de seu sistema bancário", considerou Obama.

A estagnação, acrescentou, foi agravada pelos eventos na Grécia - existe o temor de que o país declare moratória e cause um efeito dominó por toda a zona do Euro. Para o mandatário americano, as economias do mundo não cresceram por causa dos problemas na Europa e da alta dos preços da energia causados pelas revoltas no mundo árabe.

O plano de Obama para recuperar a economia americana prevê investimentos em infraestrutura e incentivos fiscais no valor de US$ 447 bilhões. A economia dos EUA ameaça cair numa nova recessão e já atingiu um índice de desemprego de 9,1%.

Para cobrir essa despesa, o presidente apontou uma série de medidas para a diminuição do déficit fiscal americano, o que inclui a arrecadação de US$ 1,5 bilhão em receitas fiscais nos próximos dez anos.

Metade desse valor viria do fim dos cortes fiscais aprovados por seu antecessor, George W. Bush, às famílias com renda superior a US$ 250 mil por ano.

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