Novo vazamento de dados expõe 100 milhões de celulares, incluindo o de Bolsonaro
Dados da apresentadora Fátima Bernardes também estariam disponíveis, além do jornalista William Bonner; PSafe não confirmou se existem dados de outras autoridades no pacote
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 19h33.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 19h59.
Um novo vazamento de dados na internet pode ter exposto mais de 100 milhões de contas de celular neste mês de fevereiro, segundo o dfndr lab, da empresa de cibersegurança PSafe. Entre as informações vazadas estão o número de celular do presidente Jair Bolsonaro e da apresentadora Fátima Bernardes. A informação foi divulgada inicialmente pelo site NeoFeed e confirmada pelo Estadão.
Segundo a PSafe, os dados estavam disponíveis para a compra na dark web desde o dia 3 de fevereiro deste ano, e incluía informações como CPF, número de celular, tipo de conta telefônica, minutos gastos em ligação e outros dados pessoais.
Ao todo, 102.828.814 contas foram vazadas e, a princípio, acredita-se que pertencem a usuários das operadoras Claro e Vivo. As duas empresas afirmaram, em nota ao NeoFeed, que desconhecem falhas no sistema e vazamento de informações de clientes das operadoras.
Ao Estadão, a Vivo diz em nota: "A Vivo reitera a transparência na relação com os seus clientes e ressalta que não teve incidente de vazamento de dados. A companhia destaca que possui os mais rígidos controles nos acessos aos dados dos seus consumidores e no combate à práticas que possam ameaçar a sua privacidade."
A Psafe confirmou que dados do presidente Jair Bolsonaro estavam inclusos no vazamento, com informações como número de celular, valor da conta telefônica, minutos gastos por dia, CPF e data de nascimento. Os mesmos dados da apresentadora Fátima Bernardes também estariam disponíveis, além do jornalista William Bonner. A PSafe não confirmou se existem dados de outras autoridades no pacote.
Fora do Brasil, o criminoso estaria vendendo as informações individualmente ou por pacotes, inicialmente ao valor de US$ 1 cada, mas com preços ainda menores se os dados fossem adquiridos em grande quantidade. O hacker ainda afirmou à empresa de cibersegurança que possui informações de 57,2 milhões de contas telefônicas da Vivo e de 45,6 milhões de contas da Claro.
A PSafe também informou que vai entrar em contato com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para que uma investigação sobre o caso seja conduzida.
Novo caso
O caso acontece menos de um mês após o megavazamento de dados de 223 milhões de CPFs, 40 milhões de CNPJs e 104 milhões de registros de veículos. Ainda não está clara a conexão entre os dois casos, mas os novos dados não estão sendo comercializados no mesmo fórum do primeiro vazamento.
No primeiro vazamento, o hacker já havia disponibilizado telefones de 159 milhões de pessoas e de 28 milhões de empresas. Também não é possível saber se o novo vazamento reciclou dados do primeiro.