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“No futuro, teremos fábricas de órgãos”, diz pesquisador do CTI

Frase é de Jorge Vicente Lopes da Silva, coordenador da divisão de tecnologias tridimensionais do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI)

tamanduarm
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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 18h19.

Imagine poder substituir partes do corpo por órgãos novos em folha, fabricados com tecido do próprio paciente. Parece ficção científica, mas trata-se de uma promissora tecnologia chamada de bioimpressão. Ela tem potencial para acabar com filas de transplantes e revolucionar procedimentos cirúrgicos no mundo e, a melhor parte, já está sendo pesquisada no Brasil. “No futuro, poderemos ter uma fábrica de órgãos, que produz tecidos vivos”, diz Jorge Vicente Lopes da Silva, coordenador da divisão de tecnologias tridimensionais do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), órgão de pesquisa ligado o Ministério da Ciência e Tecnologia.

Silva é hoje responsável pelo maior centro de impressão 3D do Brasil, localizado dentro do CTI em Campinas, interior de São Paulo. Ele foi um dos palestrantes do Fórum Exame INFO- O Futuro da saúde, realizado hoje (01/12) na capital paulista. Durante o evento, ele falou sobre seu trabalho e sobre as possibilidades de aplicação da bioimpressão. “A população está envelhecendo. O Brasil vai ser um país de velhos. E ele vai demandar tecnologias para ter uma saúde de qualidade”, diz Silva.

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O CTI possui mais de 10 impressora 3D em seu parque. Essas máquinas funcionam como impressoras comuns, porém no lugar da tinta, depositam camadas de material até formar um objeto tridimensional.  Atualmente, o laboratório trabalha em parceria com médicos de todo o país para imprimir, gratuitamente, próteses cirúrgicas feitas sob medida para cada paciente. Usando um software próprio, os engenheiros do CTI criam as peças a partir de imagens de ultrassonografias e ressonâncias magnéticas.  Como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não permite que esse material seja implantado diretamente no corpo, os objetos produzidos servem de molde para a fabricação de próteses que se encaixam perfeitamente em cada corpo. “Já fazemos mais de 500 peças ao ano. Agora, estamos ajudando a criar centros no Brasil para desenvolver esse trabalho localmente”, diz Silva. “Mas por mais que as próteses artificias sejam úteis, o organismo prefere quando recebe implante de material biológico”.

E aí que entra a bioimpressão. A ideia é criar uma máquina capaz de depositar, camada a camada, tecido celular até formar um osso, por exemplo, ou órgão.  As pesquisas ainda estão em fase inicial no Brasil e no mundo, mas algumas estimativas apontam para a fabricação de um órgão 3D em até duas décadas.

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