Negociação pode dar origem à maior empresa de jogos eletrônicos do mundo
Proposta da francesa Vivendi pela americana Activision pode associar sob uma única empresa alguns dos games mais populares em todo o mundo
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h21.
O maior grupo mundial de produção de jogos eletrônicos pode surgir nos próximos dias, a partir de uma negociação entre o grupo francês Vivendi, que atua como gravadora e nas áreas de TV por assinatura e telefonia celular, com a americana Activision, responsável por alguns dos jogos mais vendidos do setor, como Guitar Hero (um simulador de guitarra) e Call of Duty (um jogo de guerra).
De acordo com o jornal britânico Financial Times (FT) desta segunda-feira (03/12), a parceria deve ocorrer por meio de uma "complexa proposta" feita pela Vivendi, para uma fusão entre sua unidade de jogos, a Vivendi Games, e a Activision, a partir da compra de uma fatia majoritária desta última companhia. O processo ainda não foi confirmado porque precisa da aprovação dos acionistas da empresa americana de jogos, mas é apoiado pelos administradores da Activision, segundo o FT.
Nesta etapa do negócio, a Vivendi entraria com sua área de jogos, no valor total de 8,1 bilhões de dólares, e pagaria 1,7 bilhão de dólares em dinheiro vivo, em troca de ações. A companhia francesa passaria a ser, então, dona de 52% da empresa que emergeria, chamada de Activision Blizzard. Em seguida, essa nova corporação faria uma recompra de papéis no valor de 4 bilhões de dólares e deixaria a Vivendi, ao fim das negociações, com uma fatia de 68%.
A fusão de duas concorrentes importantes no setor resultaria numa empresa com faturamento anual de 3,8 bilhões de dólares e significaria um marco na recuperação da divisão de jogos da Vivendi, que embora já tenha trazido prejuízos à companhia transformou-se numa área lucrativa a partir do sucesso do jogo World Of Warcraft, um game de simulação de guerra.
Como conseqüência, a empresa também ultrapassaria a atual líder de mercado, a Electronic Arts, responsável pelo jogos da série Fifa Soccer, games de futebol bastante populares no Brasil.
O executivo-chefe da Vivendi, Jean-Bérnard Levy, afirmou ao Financial Times que a empresa não fez uma oferta de compra total da Activision porque eles querem que a empresa a ser adquirida continue a ter parte de suas ações negociadas na Nasdaq, a bolsa eletrônica de Nova York.
Os investidores, por sua vz, parecem ter recebido bem a notícia da proposta de compra. Às 15h do horário brasileiro, as ações da Activision na Nasdaq registravam valorização de 16,28%.