Tecnologia

Movimento maior no 4º trimestre não faz telefonia móvel lucrar mais

Apesar do aumento das vendas na época do Natal, o Banif Investment Banking projeta resultados financeiros fracos para as operadoras de telefonia móvel

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h26.

Os 7,426 milhões de celulares vendidos no quarto trimestre no Brasil não foram suficientes para impulsionar o resultado financeiro das operadoras de telefonia móvel. Pelo contrário: o Banif Investment Banking faz projeções mais tímidas para as companhias ao se observar os dados do terceiro trimestre. A margem de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) média do setor, por exemplo, deve ficar em 26,5%, bem abaixo dos 32,8% registrados entre julho e setembro.

Segundo o Banif, as empresas estão obtendo êxito na conquista de novos assinantes. Somente em dezembro, foram vendidos 4,4 milhões de novas linhas , o equivalente a 23% dos 19,2 milhões de celulares habilitados no país em 2004, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações. "Mas as empresas estão pagando caro para participar desse jogo de mercado", afirma um relatório do banco.

Para conquistar novos clientes, as operadoras investiram pesado em promoções e marketing no último terço do ano. Além disso, realizaram um esforço extra para incentivar a migração da base de usuários de tecnologias antigas, como o TDMA, para outras mais modernas, como o GSM ou o CDMA. Essas iniciativas, de acordo com o Banif, devem reduzir as margens operacionais e o Arpu (sigla em inglês para a Receita Média por Usuário) das concessionárias.

A margem de Ebitda no quarto trimestre poderia ser ainda menor, se a desvalorização do dólar frente ao real não ajudasse as companhias. Como os celulares são negociados na moeda americana entre as operadoras e os fabricantes, a atual taxa de câmbio favorece as telefônicas. Sem isso, o Banif avalia que a margem de Ebitda poderia cair para até 20% entre outubro e dezembro.

Total de celulares

O Brasil encerrou 2004 com 65,6 milhões de aparelhos celulares ativos, um crescimento de 41,47% sobre os 46,373 milhões de unidades do ano retrasado. Na disputa pelo mercado, no último trimestre, a Vivo foi a única empresa que perdeu participação, segundo estimativas do Banif. Embora as projeções do banco indiquem que a operadora tenha encerrado o ano com 26,560 milhões de assinantes, sendo que, em 2003, possuía 20,657 milhões, o ritmo de crescimento foi inferior ao dos concorrentes. Por isso, o Banif estima que a Vivo tenha encerrado o ano com 40% de participação de mercado (market share), percentual menor que os 45% que detinha em setembro.

Quanto à Claro, a expectativa do banco é de manutenção da fatia de mercado de 21%, registrada em setembro, o que corresponde a 13,657 milhões de assinantes. Em dezembro de 2003, o total era de 9,521 milhões. Já para a TIM, a previsão é de um incremento de três pontos percentuais em seu market share, que subiria para 21% (13,572 milhões de assinantes), à frente da Oi, com 10% de participação (6,855 milhões de usuários).

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Tecnologia

China tem 966 milhões de usuários de telefonia móvel 5G

Como diminuir as barreiras para aplicações de computação quântica no setor de energia?

Disputa entre Gradiente e Apple tem definição no TRF

Veja como escolher uma boa ferramenta de BI