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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h39.
As ameaças representadas pelos crimes cibernéticos não devem ser menosprezadas, mas estão sendo exageradas em prejuízo dos negócios. Segundo análise do Financial Times, o silêncio das companhias atacadas -- que preferem evitar publicidade em torno de falhas de segurança --, pode até conduzir a uma avaliação irrealista do cenário. Estimativas da Symantec indicam que o número de ameaças embutidas em mensagens de correio eletrônico cresceram 400% no ano passado. Os laboratórios da Symantec recebem de seus clientes mensalmente entre 200 000 e 250 000 códigos que podem conter dispositivos nocivos ao sistema, inclusive para roubar dados pessoais.
Mas as companhias devem acautelar-se para que o receio de crimes cibernéticos não se torne barreira para a inovação tecnológica. De acordo com o Gartner, empresa de pesquisas na área de tecnologia, os riscos associados a uma série de novas tecnologias estão sendo muito exagerados. O medo, assim, está impedindo as empresas de absorver e empregar inovações que poderiam ajudá-las a entrar em novos mercados ou a tornar sua operação mais eficiente.
Segundo os pesquisadores John Pescatore e Lawrence Orans, do Gartner, um dos exageros em curso é o associado à tecnologia de voz sobre protocolo de internet (VoIP). "Têm surgido artigos na imprensa especializada sobre grampos em chamadas IP, mas isso é altamente improvável", diz Orans. Detectar grampos em sistemas de telefonia analógica, além disso, seria de certo modo mais difícil do que em ambientes digitais.
Outro mito seria que o tráfego corporativo e comercial na internet não é confiável devido à proliferação de vírus. "Não se afaste da rede como canal para negócios", diz Orans. "Houve problemas há alguns anos, mas agora sabemos como responder às ameaças e como adotar as precauções adequadas."
Os esforços de regulamentação também podem surtir efeito contrário. "Regulação muitas vezes conduz a um aumento de relatórios de prestação de contas, mas isso não é o mesmo que aumento de segurança", afirma Orans