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Greenpeace denuncia estatal chinesa por desertificação

Pequim - A empresa mineradora Shenhua, administrada pelo governo chinês, tem sobre-explorado desde 2006 a água da região da Mongólia Interior , no norte do país,...

Mongólia (Wikimedia Commons)

Mongólia (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h27.

Pequim - A empresa mineradora Shenhua, administrada pelo governo chinês, tem sobre-explorado desde 2006 a água da região da Mongólia Interior , no norte do país, um fato que provocou graves danos ecológicos, como a desertificação da região, além de uma considerável redução na provisão de água aos seus moradores.

Em uma entrevista coletiva, realizada em Pequim, a organização ambientalista Greenpace apresentou as conclusões de um relatório de 74 páginas no qual, pela primeira vez, questiona as atividades de uma companhia estatal na China.

Com base em uma investigação realizada entre março e julho deste ano, o Greenpeace assinalou que o grupo Shenhua, o maior produtor de carvão do mundo por volume, extraiu 50 milhões de toneladas de água subterrânea em Ordos, uma das cidades mais importantes da Mongólia Interior, fazendo com que o nível da água em regiões principalmente agrícolas tenha se reduzido em quase 100 metros.

A maioria dos poços da zona se encontra seco, enquanto os novos estão sendo construídos com um mínimo de 100 metros de profundidade para ter acesso à água. Lagos como o Subeinaoer, o principal da região, também foram reduzidos em quase dois terços devido às atividades da companhia estatal em apenas oito anos, indicou o Greenpeace.

A sobreexploração de recursos não é a única atividade irregular que a organização denuncia, mas também o vazamento ilegal de produtos tóxicos industriais.

Através de imagens e vídeos, o Greenpeace evidenciou o contínuo despejo de produtos tóxicos nas águas em que a organização registrou uma "alta concentração" de químicos poluentes, algo três vezes acima do padrão nacional.

"Isso é um claro exemplo da necessidade de se frear a crescente indústria de carvão no país", acrescentou o Greenpeace.

"A fábrica analisada está desenvolvendo um projeto experimental. Se prevê uma expansão e, se está for concretizada, a Shenhua necessitará três vezes mais água do que agora, com o que terão que extrair água do rio Amarelo", alertou a porta-voz do Greenpeace no Leste Asiático Deng Ping.

De acordo com Deng, essa expansão pode "afetar mais de sete províncias ao longo do rio" e, por isso, pediu ao governo chinês a "deter estas atividades, parar a expansão prevista e encontrar uma via sustentável de crescimento".

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