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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h39.
China e Índia, "as duas economias mais dinâmicas do mundo" segundo o jornal americano The Wall Street Journal, conseguiram solucionar antigas disputas territoriais e já consideram a possibilidade de constituir um acordo de livre comércio. Se for concretizado, o pacto vai resultar na maior área do mundo com tarifa zero, com um terço da população global.
Em visita oficial à Índia, o primeiro-ministro Wen Jiabao afirmou que nada poderá deter um boom de comércio bilateral, bastando para isso que os dois países consigam temperar a inevitável competição por novos negócios e matérias-primas com a cooperação em áreas estratégicas. O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, declarou que os dois países juntos podem "redefinir a ordem mundial". De fato, há sinergias entre o foco indiano em serviços e tecnologia e o foco chinês ba produção em massa. O comércio entre os dois países já alcançou no ano passado 13,6 bilhões de dólares (ante 3 bilhões em 2000), e pelas projeções chinesas, deve bater em 30 bilhões de dólares dentro de cinco anos.
Além de selar um acordo para resolver antigas disputas de fronteira, indianos e chineses assinaram uma série de tratados envolvendo exercícios militares conjuntos e intercâmbio cultural e científico. Também foi reunido um grupo de trabalho binacional para estudar a formação de uma área de livre comércio.
Além da Índia, Jiabao visitou outros três países da região, sempre reiterando que a China não busca hegemonia sobre a área. Alguns analistas, porém, acusam o governo chinês de estar na verdade manobrando para isolar a Índia, cultivando boas relações com rivais históricos como o Paquistão e o Nepal. "A China está ansiosa para dar a impressão de que não é hostil, enquanto discretamente constrói barreiras contra a Índia", diz o especialista em defesa Brahma Chellaney.