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British Telecom emperra mercado de video on demand

A VNL é a companhia por trás do Home Choice, o maior serviço de video On demand do Reino Unido e do mundo, com 15 mil assinantes em Londres. Mas o mercado está muito longe de ser lucrativo. A VNL arca com custos equivalentes a 60 libras (240 reais) por mês por cliente, preço cobrado […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h30.

A VNL é a companhia por trás do Home Choice, o maior serviço de video On demand do Reino Unido e do mundo, com 15 mil assinantes em Londres. Mas o mercado está muito longe de ser lucrativo. A VNL arca com custos equivalentes a 60 libras (240 reais) por mês por cliente, preço cobrado pela operadora de telefonia British Telecom pelo trafego do conteúdo. "Estou convencido de que assinaturas serão a chave para a lucratividade", afirma o CEO da VNL, Simon Hochhauser.

Nem com os usuários intensivos do sistema a empresa consegue ganhar dinheiro. No caso do assinante do pacote básico, o subsídio é de 54 libras mensais. A VNL aponta a British Telecom como vilã. "O preço que eles cobram é alto demais", diz Hochhauser. Questionado sobre o assunto em um debate, o presidente do Conselho da BT, Cristopher Bland, limitou-se a dizer que "os preços vão cair", sem precisar quando.

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"O mercado de video on demand é para gente grande", disse Bland. Por força da agência reguladora britânica, a Oftel, a chamada última milha da rede da BT, aquela que chega na casa dos assinantes, tem de ser compartilhada com outros prestadores de serviço de banda larga. Mas nem essa prática -- conhecida como desmembramento da rede ou unbundling, gerou uma corrida de companhias interessadas em prestar serviços de banda larga. Trata-se, sem dúvida, de um dos temas mais controversos -- e relevantes -- de um mercado nascente.

No ano passado, a VNL teve perdas de 75 milhões de libras, mas a companhia não tem dívidas. O dinheiro sai do aporte de capital dos investidores. Em 10 anos de operação, dois no mercado de video on demand, a VNL já investiu 220 milhões de libras (quase 1 bilhão de reais). Para que o subsídio aos assinantes do Home Choice acabasse, a VNL precisaria alcançar 320 000 assinantes. Só que a companhia depende da BT também para ampliar a base de consumidores. Cabem à BT decisões sobre a expansão da rede de acesso de banda larga.

Serviços

O assinante do Home Choice pode optar entre nove serviços básicos (música, comédia, drama, esportes, infantil etc.) com descontos progressivos. Um serviço custa seis libras por mês. Três serviços, 12 libras. Todos os nove serviços, 18 libras. Os filmes são pagos no sistema de pay-per-view (especialmente os recentes sucessos de Hollywood). "Só posso cobrar à parte do meu assinante por conteúdo premium ", diz Hochhauser. A instalação do serviço custa 40 libras.

Uma vez instalado, o assinante pode agir como se estivesse assistindo a um DVD. Volta, avança e pausa o programa a qualquer hora. O serviço de esportes mostra partidas de futebol, notícias do mundo esportivo e quadros de resultados e estatísticas. Há um serviço à parte para os jogos da primeira divisão. O serviço de notícias vem de graça com a assinatura de qualquer outro. Permite assistir a telejornais como os da BBC quinze minutos depois do começo da transmissão. O objetivo não é competir com a transmissão ao vivo, mas dar uma chance para quem não pode assistir ao telejornal na hora em que ele começou.

Os serviços History and Nature , Comedy , Drama e Soap são o típico exemplo de nicho apropriado para o video sob encomenda. Ninguém precisa assistir a um documentário sobre golfinhos ou a um capítulo de um enlatado com hora marcada. Filmes não fazem parte do pacote básico. O assinante paga entre duas libras e 3,5 libras por título. Dois outros serviços também não fazem parte do esquema de descontos progressivos e custam 6 libras. O primeiro permite ao assinante assistir a jogos integrais da primeira divisão do futebol uma hora depois que eles acabam. Os jogos ficam disponíveis integralmente por uma semana. Depois disso, só os melhores momentos podem ser acessados.

O outro é o Bollywood, exclusivo de filmes indianos. Trata-se de um exemplo prático, disponível no mercado, de como as novas tecnologias permitem atender minorias da audiência. Londres tem uma enorme comunidade de indianos e descendentes. O pacote inclui 12 filmes. O assinante pode pagar no sistema pay-per-view por outros títulos. Os preços são menores que o dos filmes de Hollywood: de uma libra a 2,5 libras. É possível assistir aos primeiros cinco minutos de graça. Quem gostar paga e continua assistindo. Quem não gostar, desiste do cinema indiano em pode assistir a Titanic.

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