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Balança mas não cai?

A crise na Nasdaq, a bolsa da bolha

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h38.

Por trás de sua mirabolante fachada em Times Square -- um painel eletrônico iluminado por 18,6 milhões de lâmpadas que estampam cotações e anúncios dia e noite --, a Nasdaq já não consegue esconder a mais séria crise de sua história. Golpeada pelo estouro da bolha ponto-com, a bolsa de valores mundialmente conhecida por vender papéis de empresas de alta tecnologia viu seu índice despencar da casa dos 5 000 pontos no começo de 2000 para abaixo dos 1 800 pontos no final de agosto. Mas, além da derrocada conjuntural dos mercados, a Nasdaq sofre mazelas internas que têm sangrado seu caixa e arranhado sua marca. Numa recente reportagem de capa, a revista BusinessWeek aponta, entre as causas de seus problemas, a crescente competição no ramo das transações eletrônicas de ações, de atritos com o governo americano sobre a sua regulamentação, erros de gestão e, como se não bastasse, ganância e prepotência. De acordo com a BusinessWeek, que pertence ao grupo McGraw-Hill, o mesmo que controla a agência de classificação de risco Standard & Poors, "a Nasdaq está lutando pela própria vida".

No primeiro semestre, a bolsa contabilizou um prejuízo de 46,4 milhões de dólares -- o segundo de sua história. Seu faturamento sobre transações efetuadas caiu 41,6% no ano passado, enquanto a renda obtida com a venda de informações de mercado teve queda de 27,7%. O volume de transações realizadas também retrocedeu 11%. Tudo isso não apenas em função da crise dos mercados acionários, que, nos últimos meses, vêm exibindo sinais de recuperação. Em boa medida, a crise da Nasdaq está sendo causada pela concorrência das ECNs, sigla em inglês para as redes de comunicação eletrônica, instituições que operam coletando e fechando transações acionárias globais em frações de segundo, assim como a própria Nasdaq. Para debelar a crise, o novo presidente da Nasdaq, Robert Greifeld, está passando a foice nos custos e engavetando planos de expansão arquitetados por seu antecessor, Frank Zarb, reconhecido pela mania de grandeza. Foi Zarb, por exemplo, quem ergueu a sede da Nasdaq em Times Square, um cenário de 43 milhões de dólares. Agora, Greifeld corre contra o tempo para colocar a bolsa eletrônica de volta nos trilhos. "A Nasdaq vai cumprir sua missão concentrando seus recursos e seu capital intelectual em três áreas: capturar uma fatia maior de IPOs e de volume de transações, independentemente de onde a empresa esteja listada, e atrair mais empresas de outros pregões", disse Greifeld num comunicado ao mercado. Empossado em fevereiro, ele demitiu cerca de 80 executivos, fechou a filial européia da Nasdaq e, no momento, não descarta até mesmo o fechamento da sede de Times Square, cujo aluguel e manutenção custam 20 milhões de dólares por ano. Não se sabe se a melhora geral dos mercados de ações, que já dura alguns meses, poderá resgatar a Nasdaq da crise. "É uma instituição com papel único na economia global", disse a EXAME Mark Heesen, presidente da Associação Nacional de Capital de Risco. "A Nasdaq tem sido um elo vital entre pequenas empresas com produtos inovadores, que não têm como conseguir financiamento em bolsas de valores tradicionais, e o capital de risco."

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Por trás de sua mirabolante fachada em Times Square -- um painel eletrônico iluminado por 18,6 milhões de lâmpadas que estampam cotações e anúncios dia e noite --, a Nasdaq já não consegue esconder a mais séria crise de sua história. Golpeada pelo estouro da bolha ponto-com, a bolsa de valores mundialmente conhecida por vender papéis de empresas de alta tecnologia viu seu índice despencar da casa dos 5 000 pontos no começo de 2000 para abaixo dos 1 800 pontos no final de agosto. Mas, além da derrocada conjuntural dos mercados, a Nasdaq sofre mazelas internas que têm sangrado seu caixa e arranhado sua marca. Numa recente reportagem de capa, a revista BusinessWeek aponta, entre as causas de seus problemas, a crescente competição no ramo das transações eletrônicas de ações, de atritos com o governo americano sobre a sua regulamentação, erros de gestão e, como se não bastasse, ganância e prepotência. De acordo com a BusinessWeek, que pertence ao grupo McGraw-Hill, o mesmo que controla a agência de classificação de risco Standard & Poors, "a Nasdaq está lutando pela própria vida".

No primeiro semestre, a bolsa contabilizou um prejuízo de 46,4 milhões de dólares -- o segundo de sua história. Seu faturamento sobre transações efetuadas caiu 41,6% no ano passado, enquanto a renda obtida com a venda de informações de mercado teve queda de 27,7%. O volume de transações realizadas também retrocedeu 11%. Tudo isso não apenas em função da crise dos mercados acionários, que, nos últimos meses, vêm exibindo sinais de recuperação. Em boa medida, a crise da Nasdaq está sendo causada pela concorrência das ECNs, sigla em inglês para as redes de comunicação eletrônica, instituições que operam coletando e fechando transações acionárias globais em frações de segundo, assim como a própria Nasdaq. Para debelar a crise, o novo presidente da Nasdaq, Robert Greifeld, está passando a foice nos custos e engavetando planos de expansão arquitetados por seu antecessor, Frank Zarb, reconhecido pela mania de grandeza. Foi Zarb, por exemplo, quem ergueu a sede da Nasdaq em Times Square, um cenário de 43 milhões de dólares. Agora, Greifeld corre contra o tempo para colocar a bolsa eletrônica de volta nos trilhos. "A Nasdaq vai cumprir sua missão concentrando seus recursos e seu capital intelectual em três áreas: capturar uma fatia maior de IPOs e de volume de transações, independentemente de onde a empresa esteja listada, e atrair mais empresas de outros pregões", disse Greifeld num comunicado ao mercado. Empossado em fevereiro, ele demitiu cerca de 80 executivos, fechou a filial européia da Nasdaq e, no momento, não descarta até mesmo o fechamento da sede de Times Square, cujo aluguel e manutenção custam 20 milhões de dólares por ano. Não se sabe se a melhora geral dos mercados de ações, que já dura alguns meses, poderá resgatar a Nasdaq da crise. "É uma instituição com papel único na economia global", disse a EXAME Mark Heesen, presidente da Associação Nacional de Capital de Risco. "A Nasdaq tem sido um elo vital entre pequenas empresas com produtos inovadores, que não têm como conseguir financiamento em bolsas de valores tradicionais, e o capital de risco."

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