Heineken: o mercado brasileiro é chave no xadrez global (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 11h38.
Desde que as marcas Brahma e Antarctica se fundiram, em 1999, para formar a AmBev (o embrião da ABInBev, a maior cervejaria do mundo), o mercado brasileiro foi tomado por certa dose de monotonia. Dona de aproximadamente 70% de participação no setor, a AmBev jamais teve sua hegemonia ameaçada — apesar de alguns movimentos espasmódicos como o lançamento da Nova Schin, em 2003, e, mais recentemente, da Devassa, ambas do grupo Schincariol, dono de uma fatia de quase 12% do mercado. Nunca houve, no entanto, um gigante internacional capaz de brigar de igual para igual com a equipe comandada pelo carioca João Castro Neves — pelo menos até agora. A holandesa Heineken, terceira maior fabricante de cerveja do mundo, com um faturamento de 18 bilhões de dólares e presença em 170 países, parece disposta a mudar esse cenário. Tão logo a compra da divisão de cervejas da mexicana Femsa foi aprovada pelo Cade, no dia 7 de abril, uma equipe de 40 executivos da Heineken de 11 nacionalidades diferentes, entre holandeses, mexicanos, italianos e alemães, foi despachada para o Brasil. Desde então, eles têm passado um minucioso pente-fino em toda a operação, em áreas como recursos humanos, industrial, marketing, tecnologia e finanças. O time foi incumbido pela matriz de entregar um raio X completo ao sul-africano Chris Barrow, que assume a presidência da operação brasileira na segunda quinzena de agosto. “Essa aquisição nos transformou num player muito mais competitivo e forte no Brasil, o segundo mercado mais lucrativo de cervejas no mundo”, disse o presidente mundial da Heineken, Jean-François van Boxmeer, na ocasião da compra, em janeiro.