Revista Exame

Sob liderança feminina, Bmg colhe os frutos da estratégia 'figital'

Banco mineiro, sob comando de Ana Karina Bortoni Dias, mergulha no atendimento digital e abraça a diversidade em busca de eficiência operacional

Ana Karina Bortoni Dias: a diversidade de ideias ajuda nas tomadas de decisão do banco  (Germano Lüders/Exame)

Ana Karina Bortoni Dias: a diversidade de ideias ajuda nas tomadas de decisão do banco (Germano Lüders/Exame)

MS

Marcelo Sakate

Publicado em 22 de outubro de 2020 às 05h33.

Como um banco médio com 90 anos reage a uma crise que fechou agências de rua? Para o Bmg, com um modelo definido como “figital”. É uma daquelas expressões das quais pouco se falava antes da pandemia e que, em questão de meses, se tornaram clichês. Como “novo normal” e tantas outras. Mas, para a presidente do banco mineiro, Ana Karina Bortoni Dias, é algo que vai além do jogo de palavras.

“É a combinação do humano com a tecnologia. Fornecemos tecnologia para o correspondente sair da formalização física para a digital”, diz Bortoni Dias, que assumiu o comando no início do ano, deixando o posto de presidente do conselho de administração. Aproveitar as melhores oportunidades na bolsa exige conhecimento. Venha aprender com quem conhece na EXAME Research

A nova estratégia tem se traduzido em resultados: um dos principais produtos de crédito do banco era 100% concedido de forma presencial antes da pandemia; em junho, 54% já aconteciam de forma digital. O banco chegou ao fim do segundo trimestre com 601.000 clientes cadastrados para atendimento remoto pelo WhatsApp. Um ano antes eram apenas 13.000. O número de contas digitais quase triplicou em 12 meses, para 1,36 milhão.

"O que estava planejado para acontecer em um ano levou seis semanas, em termos de aderência do cliente e dos nossos parceiros (os correspondentes) à tecnologia."

 

(Arte/Exame)

Mas os números da digitalização são apenas uma das faces de uma transformação que acontece também no coração da operação: o Bmg se antecipou ao mercado e anunciou o home office para os cerca de 1.400 funcionários do quadro corporativo até que uma vacina contra o novo coronavírus esteja disponível. Quando isso acontecer, será adotado um modelo flexível em que o colaborador poderá escolher quantos dias da semana prefere trabalhar em casa, segundo a função. Tudo decidido com base em pesquisas com os funcionários.

Não são medidas isoladas: antes da pandemia, o banco já havia abolido o dress code -- Bortoni Dias conta que foi trabalhar usando tênis algumas vezes -- e adotado a licença-paternidade de 60 dias.

“São dois exemplos emblemáticos que mostram a capacidade do ser humano de se adaptar”, afirma a executiva, que trouxe de sua trajetória de quase 20 anos na consultoria McKinsey uma visão de modernização e gestão com processos mais ágeis. A transformação contou mais recentemente com um processo de rebranding para revitalizar a marca.

A executiva do Bmg, um caso raro de mulher à frente de um banco, também trouxe a bandeira da diversidade para a instituição. No conselho, metade dos assentos é ocupado por mulheres. Foram criados fóruns para colocar o tema na pauta dos funcionários, além de canais de denúncia externos, para reforçar o caráter de sigilo da situação.

“Não é uma questão de gênero, mas de competências das quais o banco precisa. A diversidade de opiniões e de pontos de vista melhora a qualidade da tomada de decisão”, afirma Bortoni Dias. Para ela, é uma transformação que está só no começo.

Acompanhe tudo sobre:BancosBMGDiversidadeHome office

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025