Revista Exame

Programa seleciona universitárias para encontro com executivas

Com mais de 1 000 jovens inscritas pelo site de EXAME, um programa selecionou dez universitárias para uma série de encontros com executivas e empresárias

Mulheres conversam: objetivo da mentoria é formar líderes (Foto/Thinkstock)

Mulheres conversam: objetivo da mentoria é formar líderes (Foto/Thinkstock)

CM

Cristiane Mano

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 05h55.

Última atualização em 27 de outubro de 2017 às 19h59.

As mulheres já representam mais da metade dos brasileiros com ensino superior completo. Nos programas de trainee e no nível gerencial, a presença delas também já se aproxima à dos homens. Uma das formas mais eficazes para permitir que elas deem o próximo passo em direção ao topo das companhias é a participação em programas de mentoria, segundo um estudo conduzido por pesquisadores das universidades Harvard e Tel-Aviv. O problema é que, segundo análise divulgada em outubro pela consultoria de estratégia McKinsey e pela organização LeanIn, fundada pela vice-presidente de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, as mulheres têm menos acesso direto a executivos das empresas em que trabalham.

Uma das suspeitas é que naturalmente as pessoas tendem a se aproximar de quem é parecido consigo mesmas. “Olhamos para o topo das empresas e só vemos homens. A jovem que está iniciando a carreira raramente tem um modelo, uma mulher no cargo mais alto da companhia em quem possa se espelhar”, diz André Freire, sócio-diretor da Exec, consultoria de recrutamento de altos executivos.

Com esse dilema em mente, a Exec criou, em parceria com EXAME e a ferramenta de recrutamento online Repense Game, um programa de mentoria com dez executivas e empreendedoras de sucesso destinado a universitárias do penúltimo ou último ano de graduação. As 1 105 jovens de todo o país inscritas, por meio de EXAME.com, para participar do projeto passaram por uma dinâmica de grupo e testes de perfil. O time de recrutadores da Exec entrevistou 20 finalistas e escolheu dez delas para participar de três sessões com uma das mentoras do projeto. Desde agosto, as estudantes selecionadas — de faculdades como administração, engenharia, relações públicas e economia, dos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco — estão recebendo pessoalmente de suas mentoras conselhos sobre como alavancar a carreira.

Cristina Palmaka, da SAP; Priscila Vansetti, da DuPont; Denise Santos, da Beneficência Portuguesa; Solange Ribeiro, da Neoenergia; Marilia Rocca, da Ticket; Tania Cosentino, da Schneider Electric; Alcione de Albanesi, da Amigos do Bem; Nadir Moreno, da UPS; Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza; e Claudia Soares, da prefeitura de São Paulo (Fotos: Daniela Toviansky; Germano Lüders; Leo Martins; NeoEnergia; Omar Paixão; Regis Filho; Rondon Velozo/MS; Valor/Folhapress)

“Minha expectativa é que eu consiga fazer algo diferente no futuro, obter destaque no trabalho e inspirar outras mulheres”, diz Sara Garcia da Rocha, de 22 anos, estudante de comércio exterior na Univille, em Joinville, Santa Catarina, e estagiária de uma empresa de importações e exportações. Sara teve como mentora a engenheira Priscila Vansetti, presidente da subsidiária da indústria química DuPont no Brasil. Assim como as demais participantes, Sara recebeu um material com uma série de tarefas a ser feitas antes de cada encontro.

Numa delas, era preciso avaliar a própria vida e sinalizar as perspectivas de futuro. “Por um lado, as empresas muitas vezes assumem premissas sobre as mulheres, como a de que não pretendem subir a cargos de maior responsabilidade. Por outro lado, muitas mulheres esquecem de abraçar as oportunidades e de que são elas mesmas as donas de sua carreira. É preciso fazer um plano e executá-lo”, diz Priscila, que atribui sua posição atual ao apoio que teve de mentores e mentoras ao longo de 35 anos de carreira. “Eles me ajudaram a escolher caminhos e me abriram portas.”

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