Revista Exame

Operadora de restaurantes cria novela para treinar funcionários

Veja como a operadora de restaurantes Sapore solucionou o desafio de tornar os funcionários mais produtivos

Gravação da novela Supertime, da Sapore: 5 milhões de reais investidos até agora (Germano Lüders/Exame)

Gravação da novela Supertime, da Sapore: 5 milhões de reais investidos até agora (Germano Lüders/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 25 de agosto de 2017 às 13h55.

São Paulo – Em 2014, a operadora de restaurantes corporativos Sapore sofria com a falta de padronização de processos e o alto índice de rotatividade dos 15 000 funcionários espalhados em 1 100 localidades na América Latina. Apesar das horas gastas com os funcionários em treinamento, a maioria deles não aplicava importantes regras previstas no manual da operação e, em geral, não se sentiam valorizados pela empresa. Há pouco mais de três anos, na preparação para servir mais de 300 000 refeições aos funcionários e voluntários ao longo de 30 dias na Copa do Mundo, Daniel Mendes, fundador e presidente da Sapore, decidiu testar um modelo diferente de treinamento.

Após seis meses de pesquisa, chegou à conclusão de que o melhor formato seria uma novela. De lá para cá, a empresa já investiu 5 milhões de reais em 60 episódios de 7 minutos cada um. Na trama chamada Supertime, cinco personagens mostram o procedimento esperado em situações reais no restaurante. Quem assiste aos vídeos passa por uma prova. “A novela permite transmitir de um jeito mais simples a cultura e a operação da empresa”, afirma Rodrigo Paiva, idealizador do modelo e diretor de recursos humanos da Sapore, que faturou 1,6 bilhão de reais em 2016. Veja os passos e o resultado dessa mudança.

1. Pesquisa de campo

Um grupo com os 40 melhores funcionários foi entrevistado durante seis meses. O objetivo era entender como eles praticavam as tarefas, enxergavam a importância de seu trabalho e seus hábitos de consumo de mídia fora do trabalho.

2. Definição da estratégia

A pesquisa apontou que eles tinham baixa escolaridade, interesse por vídeo e não se sentiam valorizados na empresa. Assim, optou-se por uma novela para mostrar não só a lógica dos processos como também a chance de ascensão na carreira.

3. Envolvimento da equipe

O gerente faz todo o treinamento numa plataforma online com um vídeo de até 7 minutos, uma cartilha e, às vezes, uma fotonovela. Só depois de acertar 75% das respostas numa prova ele pode repassar o conteúdo à equipe.

4. Checagem da eficiência

O gerente dá o treinamento conforme o manual: em até 15 minutos no próprio restaurante. Isso inclui a apresentação de um episódio da novela e a aplicação de uma prova. O cronograma é acompanhado de perto pela equipe de RH.

Resultados

Desde o início da novela os mesmos funcionários passaram a preparar 12% mais refeições. A rotatividade e o absentismo também melhoraram, reduzindo 35% e 49%, respectivamente.

Acompanhe tudo sobre:NovelasRotatividadeTreinamento

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025