André Cintra, da Amend Cosméticos: “Tanto o esporte quanto o corporativo são profissões que exigem autoperformance” (Arquivo Pessoal/Divulgação)
Repórter
Publicado em 25 de julho de 2024 às 06h00.
Quarto maior mercado do mundo para produtos cosméticos, o Brasil reúne uma infinidade de marcas, cada uma com uma história. Nenhuma, porém, com uma jornada tão cinematográfica como a Amend. Nas dores, a resiliência falou mais alto para a empresa fundada há quase 30 anos. No comando dessa história está André Cintra, o primeiro a representar o Brasil nas Paralimpíadas de Inverno no snowboard.
O fio que desata esse nó de histórias tão distintas costura dois episódios. Aos 17 anos, ele perdeu uma perna em um acidente de moto. A paixão por esportes aquáticos permaneceu intacta e Cintra criou as próprias próteses para continuar no wakeboard e no kitesurfe. Cinco anos depois, o pai faleceu, e o jovem, aos 22 anos, assumiu a empresa com três pedidos de falência e milhões em dívidas.
Por anos, esses dois mundos seguiram juntos, com o CEO entre o escritório e o mar — e depois as montanhas. Em 2012, veio um convite do Comitê Paralímpico para uma prova-teste. Aos 32 anos, Cintra se tornou o primeiro brasileiro a competir em snowboard em uma edição das Paralimpíadas de Inverno. Primeiro na Rússia, em 2014, feito que repetiria em 2018, na Coreia do Sul. No Mundial de Aspen, em 2015, conquistou uma inédita medalha de bronze para o Brasil.
“Eu aprendi que tanto o esporte quanto o ambiente corporativo são profissões que exigem autoperformance e que as dificuldades podem ser mais mentais do que físicas”, diz Cintra, atualmente no conselho da Amend. Sob sua gestão, a empresa cresceu e está em 30.000 pontos de venda. Para este ano, projeta avançar 12% em receita e ampliar a presença lá fora, além dos 15 países atuais.