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Porto de Staten Island, em Nova York: o ritmo de crescimento do comércio mundial desacelerou com as ameaças de imposição de tarifas | Getty Images /
Filipe Serrano
Publicado em 2 de agosto de 2018 às 05h30.
Última atualização em 2 de agosto de 2018 às 05h30.
A série de disputas comerciais iniciadas pelo governo dos Estados Unidos no primeiro semestre começa a cobrar sua conta sobre o comércio global. Dados divulgados no fim de julho pelo Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) mostram que, desde o início do ano, o volume de exportações e importações vem crescendo num ritmo menor e, nos últimos meses, até chegou a cair levemente. O efeito é o mesmo tanto nos países ricos quanto nos países emergentes, mas as economias asiáticas — como o Japão — são as que têm sido mais prejudicadas. Diante das incertezas sobre a imposição de tarifas e eventuais retaliações, as empresas parecem ter reduzido as compras de produtos no exterior. Outros indicadores econômicos divulgados recentemente corroboram o diagnóstico feito pelo IIF. Em julho, a atividade industrial da China atingiu o menor patamar dos últimos cinco meses. E o produto interno bruto dos países da zona do euro desacelerou no segundo trimestre. O recente anúncio de que Washington e Bruxelas vão trabalhar num acordo para reduzir tarifas de importação de bens industriais ajuda a aliviar a situação. Mas a postura do governo Trump em relação aos demais países não mudou.