Revista Exame

Melhores ESG 2022: Atacado, Varejo e E-commerce

Conheça as empresas que estão fazendo a diferença no setor

Graciela Kumruian, diretora executiva do Magazine Luiza: nova diretoria ESG e suporte do CEO e do conselho (Leandro Fonseca/Divulgação)

Graciela Kumruian, diretora executiva do Magazine Luiza: nova diretoria ESG e suporte do CEO e do conselho (Leandro Fonseca/Divulgação)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 24 de junho de 2022 às 06h00.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 08h57.

Magazine Luiza

Poucas empresas têm uma liderança tão cativante como o Magazine Luiza. A empresária Luiza Trajano se tornou um ícone da responsabilidade social corporativa, levantando bandeiras em defesa da diversidade, da redução da desigualdade, da proteção à mulher e às famílias.

Seu mais recente empreendimento é o movimento Pula Pra 50. A iniciativa está dentro do Grupo Mulheres do Brasil, criado e presidido por ela, e tem o objetivo de elevar o percentual de mulheres no Congresso Nacional para 50%.

As bandeiras levantadas por Trajano se refletem no modelo de negócios e na estratégia da varejista, que continua reforçando sua atuação social, não só ao influenciar o mercado com um programa de trainee exclusivo para profissionais negros, que chegou à sua segunda edição depois de ter 100% de retenção dos primeiros participantes, como quando realiza programas para formação de desenvolvedores com mais de 40 anos e de atendentes com mais de 50 anos.

Entre os diversos temas organizados nos comitês de diversidade — como raça, idade, pessoas com deficiência, orientação sexual ­—, a equidade de gênero continua sendo a ação com mais destaque. Não apenas pela forte liderança de Trajano como pelo combate à violência contra a mulher, com mais de 800 denúncias já tratadas no canal interno, além da destinação de verba para a causa por meio de um fundo de 2,6 milhões de reais. 

Na frente ambiental, há ações recentes, como um programa de logística reversa de eletroeletrônicos com 500 coletores espalhados pelo país, que gerou a coleta de mais de 2 toneladas de material. Há também um projeto piloto com 40 caminhões elétricos e a conversão de toda a frota própria para etanol. 

Desde 2018, a companhia realiza um inventário de emissões de gases causadores do efeito estufa, sendo os dois últimos anos auditados, especialmente por causa da complexidade das 11 aquisições realizadas no ano passado.

“Temos metas internas de redução das emissões e de transição energética. Um terço do nosso consumo de energia já vem de fontes renováveis”, diz Graciela ­Kumruian, diretora executiva de clientes e integração. “Estamos caminhando para definir metas públicas e de longo prazo.”

Em governança, além das ações de integridade total, há um forte trabalho de monitoramento dos vendedores do marketplace para garantir que todos os produtos sejam originais, com nota fiscal correta, e não firam as políticas da empresa.

As ações ESG ganharam ainda mais impulso há um ano, com a estruturação da diretoria executiva de clientes e integração, que deu tração às iniciativas da gerência de reputação e sustentabilidade. “As pautas também são constantemente tratadas pelo CEO, Frederico Trajano, e todo o conselho de administração, além de outras diretorias”, diz Kumruian.


MERCADO LIVRE

Ao registrar 2,1 bilhões de dólares em receita líquida em 2021, uma expansão de 60,5%, sendo 53% do total gerado no Brasil, o Mercado Livre também acelerou os processos de sustentabilidade. No ano passado, a empresa emitiu um título verde de 400 milhões de dólares, recursos que serão utilizados em cinco anos para impulsionar projetos de redução da pegada ambiental, inclusão financeira e desenvolvimento social.

“Entendemos que precisamos integrar essas frentes pela natureza do nosso negócio. Desde o início da pandemia, por exemplo, ajudamos mais de 145.000 vendedores a abrir uma empresa regularizada e, após um ano de formalização, as vendas desses empreendedores aumentam 140%, em média. Nesse cenário, ter sustentabilidade é essencial”, diz Pedro Arnt, diretor financeiro do Mercado Livre na América Latina.

A empresa tem melhorado o desempenho de eficiência energética na operação. A sede em Osasco, na grande São Paulo, já funciona totalmente com energia renovável desde 2020: 20% de seu consumo é suprido por mais de 1.800 painéis solares; e os 80% restantes, por meio da aquisição de energia de fontes limpas. E, em 2021, três dos centros de distribuição no Brasil passaram a operar com energia renovável, de origem brasileira e de fonte eólica, solar, de pequenas hidrelétricas ou de biomassa de cana-de-açúcar.

Em relação às embalagens utilizadas pelo Mercado Livre, 100% são recicláveis, reutilizáveis e/ou compostáveis. No caso das caixas, todas têm certificação FSC e, no mínimo, 30% de material reciclado em sua composição.

Também pensando nas emissões de gases de efeito estufa, em 2022 a empresa deve operar com quase 550 veículos elétricos na América Latina, sendo 271 no Brasil — cerca de 60 já em operação —, além de 59 carretas movidas a GNV. Desde 2020, a frota cresceu 531%.


AMERICANAS

O ano de 2021 representou um marco na história da Americanas. A varejista finalizou a combinação dos ativos e das bases acionárias da Lojas Americanas e da B2W Digital, criando a Americanas S.A., operação que congrega os varejos online e físico das duas empresas. Com isso, também foi possível incluir o ESG em toda a estratégia do grupo. 

“Não podemos deixar de lado o olhar para nosso impacto socioambiental se quisermos continuar sendo relevantes no longo prazo”, afirma Washington Theotonio, CMO da Americanas S.A. “A criação dessa plataforma de inovação tecnológica, a Americanas S.A., nos permitiu acelerar nossa trajetória de geração de impacto positivo, definindo metas importantes e traçando planos de ação robustos para alcançá-las.”

A parte social do negócio ficou em evidência. Em 2021, a varejista iniciou o programa Americanas na Favela, que viabilizou a entrega de produtos comprados online em sete comunidades: Rocinha e Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro, e Paraisópolis, Heliópolis, Capão Redondo, Cidade Júlia e Diadema, em São Paulo. A meta é ter 30 favelas até o fim deste ano e fechar 2023 com 50 comunidades atendidas em todo o Brasil.

Há também o estímulo à geração de renda, com a contratação de moradores para o serviço de logística e a capacitação profissional. Foram ofertadas 1.000 bolsas de estudo para formação em logística. 

Outro projeto que começou no ano passado foi a eletrificação da frota. São, atualmente, 343 veículos, sendo 180 utilitários, 61 tuk-tuks e 86 bicicletas, todos elétricos. “Ao todo, foram 4,6 milhões de entregas utilizando os modais ecoeficientes em 2021, ano em que também atingimos 37% de participação de energias renováveis em nossa operação de lojas e centros de distribuição”, relata Theotonio. “Essas ações fazem parte do pilar ambiental da estratégia ESG da companhia e se conectam com a meta da Americanas de se tornar carbono neutro até 2025.”

 

Acompanhe tudo sobre:AmericanasMagazine LuizaMercado Livre

Mais de Revista Exame

Linho, leve e solto: confira itens essenciais para preparar a mala para o verão

Trump de volta: o que o mundo e o Brasil podem esperar do 2º mandato dele?

Ano novo, ciclo novo. Mesmo

Uma meta para 2025