Revista Exame

Visão Global — A Catalunha vai dizer "Adiós, Espanha"?

O Parlamento da Catalunha aprovou a realização de um referendo sobre a independência dessa região da Espanha e acendeu uma crise política

Protesto de separatistas da Catalunha: a aprovação de um referendo sobre a independência da região acendeu uma crise política na Espanha | Pau Barrena/AFP PHOTO /  (Pau Barrena/AFP)

Protesto de separatistas da Catalunha: a aprovação de um referendo sobre a independência da região acendeu uma crise política na Espanha | Pau Barrena/AFP PHOTO / (Pau Barrena/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2017 às 05h10.

Última atualização em 21 de setembro de 2017 às 05h10.

A separação da Catalunha, região no nordeste da Espanha onde fica Barcelona, é um assunto que volta e meia reaparece na agenda política do país. No último mês, o tema acendeu uma crise política sem precedentes. Em setembro, o Parlamento da Catalunha aprovou a realização de um referendo sobre a independência. Ao contrário de outras votações no passado, que foram simbólicas, desta vez o referendo definiria de vez se os catalães se separariam da Espanha.

O referendo foi marcado para 1o de outubro, mas o Tribunal Constitucional da Espanha (a suprema corte do país) declarou que o plebiscito fere a Constituição espanhola e não pode ser realizado. Ainda assim, o governo catalão, liderado pelo presidente Carles Puigdemont, promete levar o pleito à frente, mesmo à revelia de Madri. Mais de 700 dos 948 prefeitos da Catalunha se comprometeram a organizar o referendo, o que só aprofundou a crise. O Ministério Público espanhol abriu uma investigação sobre o apoio dos prefeitos e promete puni-los. A Catalunha é uma das regiões mais ricas do país. Com um forte setor industrial, representa cerca de um quinto da economia espanhola.

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Costureiras no Chile: apesar de a indústria têxtil ter sido afetada pelo comércio com a China, o saldo de vagas foi positivo | Thomas Barwick/GETTY IMAGES

AMÉRICA LATINA

O PESO DA CHINA NO EMPREGO

O comércio da América Latina com a China foi positivo para o mercado de trabalho na região. De 1995 a 2011, mais vagas foram criadas do que perdidas, o que dá um saldo de 1,8 milhão de empregos. A conclusão é de um estudo pioneiro da Organização Internacional do Trabalho. Os autores ressaltam, no entanto, que nem todos os setores se beneficiaram. Enquanto as exportações para a China criaram 835 000 vagas na agropecuária, a indústria de computadores latino-americana perdeu 690 000 postos. O setor têxtil e de calçados também foi prejudicado, especialmente no Chile, onde 106 000 vagas foram perdidas.

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Fábrica da Sinopec: as estatais chinesas empregam 20 milhões | Julien Girault/AFP PHOTO

CHINA

UM PAÍS COM 51.000 ESTATAIS

Na maior parte do mundo, as empresas estatais cumprem um papel importante para garantir o acesso a serviços públicos, como água, esgoto e transporte. No entanto, em alguns mercados emergentes, a influência das estatais na economia ultrapassa o limite do bom senso. Um estudo recente da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) traçou o perfil dessas empresas em 40 países, incluindo o Brasil. A conclusão é que a China é, de longe, o país com maior número de estatais. São mais de 51.000 companhias, que juntas empregam mais de 20 milhões de pessoas e têm um valor de 29 trilhões de dólares. Os números são maiores do que todos os demais países avaliados. Para a OCDE, é fundamental limitar a atuação das estatais para garantir a concorrência com as empresas privadas.

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Danos do Irma na Flórida: dez dos 15 piores desastres naturais no país ocorreram desde 2004 | Wilfredo Lee/AP PHOTO

ESTADOS UNIDOS

O PREJUÍZO DOS FURACÕES

Depois da passagem dos furacões Irma e Harvey no Caribe e nos Estados Unidos, os economistas vêm fazendo as contas para entender os efeitos dos desastres sobre a economia americana. Em um relatório recente, o banco Goldman Sachs diminuiu a previsão de crescimento do PIB no terceiro trimestre de 2,8% para 2% em razão dos prejuízos. Só o Harvey causou um dano estimado em 85 bilhões de dólares (ou 0,4% do PIB) e ficou atrás apenas do furacão Katrina, de 2005, na lista dos desastres mais devastadores do país. O prejuízo do Irma é calculado em 30 bilhões de dólares. No longo prazo, a ocorrência de furacões mais frequentes e mais fortes é um problema econômico cada vez mais preocupante. Dos 15 piores desastres naturais dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra, dez ocorreram nos últimos 13 anos.

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Imigrantes rohingyas: 400 000 saíram do país | Danish Siddiqui/REUTERES

SUDESTE ASIÁTICO

OS SEM-ESTADO

Vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2001, a líder do governo de Mianmar, Aung San Suu Kyi, vem sendo criticada pelo modo que tem tratado a fuga de mais de 400 000 pessoas da etnia rohingya do país. Os rohingyas são uma minoria muçulmana perseguida no país, de maioria budista. O estado de Mianmar nem sequer reconhece a cidadania deles, o que faz dos rohingyas o maior grupo de pessoas sem nacionalidade no mundo. Entre o fim de agosto e o começo de setembro, os conflitos com os rohingyas se intensificaram e muitos fugiram para países vizinhos, aumentando a instabilidade numa importante região da Ásia. O governo indiano declarou que o fluxo de imigrantes é uma “ameaça à segurança nacional”.

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