Você sabe a diferença entre faturamento e lucro de um negócio?
Muitas vezes, mesmo diante do faturamento alto, nem sempre temos o lucro desejado. Saiba por quê:
Mariana Fonseca
Publicado em 30 de março de 2017 às 15h00.
Última atualização em 30 de março de 2017 às 15h00.
Qual a diferença entre faturamento e lucro?
“Onde está o dinheiro, o gato comeu / E ninguém viu”. O trecho dessa música, interpretada por Gal Costa, retrata bem a angústia de muito empreendedores .
É comum a indagação sobre o tamanho do lucro em determinado período de tempo, resultado das vendas que, muitas vezes, se apresentaram acima das expectativas. Acontece que, muitas vezes, mesmo diante do faturamento alto, nem sempre temos o lucro desejado.
Então, é nesse sentido que trago uma reflexão sobre a relação entre faturamento e lucro, na mesma direção de um texto que escrevi aqui na EXAME PME em janeiro de 2016, com o título “Cuidado! Seu estoque pode acabar com a sua empresa”, no qual eu revelo que nem sempre um estoque volumoso é sinônimo de capital investido e sim de capital parado.
Assim, o faturamento em alta não significada lucratividade certa. É comum que em algumas épocas do ano as vendas aumentem, principalmente nos períodos festivos, como Dia da Mães, Dia dos Namorados e as festas de final de ano. Isso ocorre em todos setores da economia, de acordo com a sazonalidade de cada ramo de atividade.
Venho escrevendo muito da importância do planejamento financeiro, pois é nesses períodos que todos os esforços para equilibrar as contas e chegar ao ponto de equilíbrio, resulta de fato no alcance dos melhores lucros.
É importante ter a clareza entre faturar e lucrar, ou faturamento e lucro, o que me permito esclarecer:
Faturamento é o montante financeiro que entra no caixa da empresa em determinado período de tempo, contabilizado a partir de vendas dos seus produtos e/ou serviços. Quando está em alta, revela que todos os esforços destinados ao aumento de participação em determinado mercado, proveniente das vendas, estão no caminho certo.
Já o lucro é o montante financeiro que sobrou daquilo que foi faturado, deduzidas todas as despesas operacionais e tributárias destinadas à produção e à venda, as quais a empresas tem que pagar. Essas despesas, conhecidas também como obrigações, são: salários, aluguéis, água, luz, telefonia, manutenções e todos os impostos diretos e indiretos.
Considerando esses conceitos, podemos chegar à conclusão que nem sempre um alto faturamento pode ser garantia de geração de lucro; para que isso ocorra, é necessário que a empresa apure de forma consciente todas as despesas fixas e variáveis de maneira que, ao final do período, tudo que faturou possa pagar seus compromissos, inclusive com seus sócios (pró-labore), e tenha assim sobra de capital, o chamado lucro jíquido.
Para que o lucro líquido seja satisfatório e garanta o retorno de investimento no prazo determinado, é necessário:
- Efetivar o planejamento financeiro;
- Controlar as despesas operacionais;
- Criar alternativas de melhoria contínua na produtividade; e
- Ter atitude para mudar o rumo da operação quanto necessário
Nota-se que utilizei verbos de ação, pois o empreendedor precisa agir antes que o seu faturamento não seja suficiente para alcançar o lucro. Lembre-se, ainda, da outra parte da música: “O gato fugiu, o gato fugiu / O seu paradeiro / está no estrangeiro / Onde está o dinheiro?”
Bom faturamento e excelente lucro a todos e todas!
Arnaldo Vhieira é Coordenador do Curso de Gestão Financeira do Complexo Educacional FMU e Especialista em Estratégia de Negócios.
Envie suas dúvidas sobre finanças para pme-exame@abril.com.br.