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Startup que encontra babá para o seu cão recebe R$ 10 mi

Você vai viajar, mas não sabe com quem deixar seu bichinho de estimação? A DogHero já recebeu milhões de reais para resolver o problema

Eduardo Baer e Fernando Gadotti, com o cão Thor: a DogHero foi criada a partir da experiência pessoal de Baer (DogHero/Divulgação)

Eduardo Baer e Fernando Gadotti, com o cão Thor: a DogHero foi criada a partir da experiência pessoal de Baer (DogHero/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de setembro de 2016 às 09h00.

Última atualização em 30 de janeiro de 2018 às 14h14.

São Paulo – O Brasil tem mais de 130 milhões de animais de estimação, segundo o IBGE – e, cada vez mais, os pets são considerados um membro da família. Não é de hoje que esse mercado está em ascensão, inclusive no mundo das pequenas e médias empresas.

Porém, um problema permanece: nem sempre é possível levar os bichinhos para longas viagens. Os empreendedores Eduardo Baer e Fernando Gadotti perceberam esse problema – e, para resolvê-lo, inspiraram-se em empresas como Airbnb e Uber.

Assim nasceu a startup DogHero, em 2014: por meio de uma plataforma de economia colaborativa (saiba mais sobre esse movimento), você pode achar a melhor babá para seu cãozinho quando você não tem como cuidá-lo. Hoje, a DogHero possui cinco mil anfitriões e 100 mil cachorros foram cadastrados nos últimos doze meses.

A ideia parece ter sido acertada: o negócio acabou de conquistar seu terceiro aporte, no valor de 10 milhões de reais. Agora, está planejando sua expansão para novos serviços e novos países.

História

A ideia da DogHero surgiu da própria experiência de Eduardo Baer: ele fazia um MBA na Universidade de Stanford e, quando voltasse ao Brasil, queria ter um cachorro. Porém, ele viajava muito, e isso gerava um problema: onde hospedar o cãozinho de estimação durante as viagens?

Então, Baer resolveu descobrir como os americanos enfrentam o problema. Ao estudar empresas como a Rover, o empreendedor decidiu trazer ao Brasil a ideia de agendamento digital de cuidadores de pets.

Baer propôs a ideia à Fernando Gadotti, um colega do MBA de Stanford. Em 2014, os dois finalmente voltaram ao Brasil e fundaram a DogHero.

Eles receberam um investimento-anjo para começar a empresa. No ano seguinte, o negócio conquistou um investimento-semente do fundo Kaszek Ventures, criado por empreendedores do MercadoLivre. Nenhum dos aportes teve valor revelado.

Agora, o investimento foi liderado pelo fundo Monashees, com nova participação da Kaszek. A Monashees já aportou em empresas como 99, ContaAzul, Enjoei, Loggi e VivaReal. O valor do investimento foi de 3,1 milhões de dólares – pela cotação atual, cerca de 10 milhões de reais.

Como funciona?

O funcionamento da DogHero é muito parecido com o de startups como Airbnb ou Uber: o usuário abre o aplicativo para Android/iOS ou o site e vê quais “anfitriões” – nome dado para os cuidadores de pets – estão próximos.

“Cada hospedador tem um perfil, no qual você pode ver a proximidade, a experiência dele com pets, fotos e preços praticados”, explica Gadotti. A partir daí, é possível entrar em contato com o anfitrião e marcar encontros de relacionamento – tanto entre vocês dois quanto entre ele e seu pet.

Se as conversas forem bem, o pagamento é feito e o cachorro é hospedado pelo anfitrião. Ao final da reserva, o cliente pega o cachorro e consegue deixar uma avaliação do serviço no perfil do cuidador, para que clientes futuros possam ver.

O ticket médio por cliente é de 200 reais – um valor que varia muito de acordo com a quantidade de feriados no período analisado, por exemplo. A DogHero cobra uma taxa 25%, já embutida no valor total transacionado, e é assim que se monetiza. “Vale lembrar que todas nossas hospedagens já são cobertas com uma Garantia Veterinária de cinco mil reais, caso haja alguma emergência”, diz o sócio.

Para Gadotti, a seleção desses anfitriões é um ponto-chave do negócio. “Nossa taxa de aprovação dos anfitriões é de 20%. Ou seja, temos cinco mil anfitriões, mas 25 mil se candidataram. Depois da seleção, que é o primeiro passo de nossa curadoria, temos o monitoramento dos cuidadores e a avaliação dos próprios usuários”, explica o sócio.

Planos

Com o novo aporte, o primeiro plano da DogHero é a expansão dentro do Brasil, em mercados ainda incipientes – com poucos consumidores e poucos cuidadores. Até 2018, a projeção é chegar a 20 mil anfitriões.

“Nossa ideia é que todo mundo consiga, em dois anos, achar um anfitrião em um raio de cinco quilômetros de sua casa”, diz Gadotti. Para isso, investirá nas áreas de desenvolvimento de produto e atendimento ao cliente.

Além disso, a startup pretende ir além da hospedagem, tornando-se uma empresa completa de serviços para pets. “Há uma gama de serviços estratégicos que queremos atender. Pensamos em incluir serviços como creche para cachorros e dog walker, por exemplo.”

Depois da consolidação no Brasil, a DogHero quer expandir para países como Argentina, Colômbia, México e Peru. “O bom é que os investidores compartilham nossa visão de ser um player muito maior do que apenas de hospedagem e de estarmos presentes na América Latina como um todo”, ressalta Gadotti.

Veja um vídeo explicativo da DogHero:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=ftwVY-46QDM%5D

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