Por que o plano de negócios não deve ser o seu primeiro passo
O plano de negócios faz o empreendedor pensar sobre mercado, premissas financeiras e aspectos tributários, além de definir qual rumo se deve desejar.
Mariana Fonseca
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 15h00.
Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 15h05.
Qual é o momento certo para elaborar um plano de negócios?
Atualmente existe um razoável consenso, principalmente no que diz respeito a negócios no ambiente digital, de que a primeira coisa a ser feita pelo empreendedor não necessariamente deve ser um plano de negócios .
Muito se criticam, por exemplo, os plano de negócios com horizontes de cinco anos: a maioria possui premissas financeiras complexas e sem embasamento, e essa era o padrão até pouco tempo atrás.
O empreendedor fazer, sim, uma abordagem cujo principal expoente é o conceito de Lean Startup. Com isso, ele explora e refina suas premissas junto ao seu consumidor final, à medida que vai elaborando seu produto minimamente viável.
No entanto, isso não diminui a necessidade do empreendedor, mesmo que em um momento posterior ao da criação do negócio, elaborar um plano de negócios. Esse é como um teste final da sua ideia, ajudando a compreender o quanto seu negócio pode andar com as próprias pernas.
O exercício de “colocar no papel” as suas ideias não apenas leva o empreendedor a pensar no seu modelo de negócio, mas também pensar sobre o mercado, suas premissas financeiras, seus aspectos tributários, entre outros conceitos, além de definir um rumo que se deve desejar.
Um plano de negócios pode ser realizado com um horizonte tempo de um a dois anos e mais importante do que complexas premissas financeiras é que elas sejam claras e embasadas (previsão de receita, fluxo de caixa, projeção de balanço).
Ao não elaborar um plano de negócios, aumenta a probabilidade de o empreendedor não definir bem o modelo de negócio, o mercado de atuação, ignorar ou subestimar a concorrência, subestimar o impacto dos tributos no seu negócio ou falhar no planejamento do fluxo de caixa. Ele deixa, por exemplo, de considerar o prejuízo nos meses iniciais do negócio.
E qualquer erro destes pode ser fatal para o seu negócio.
Fernando Tomaselli é professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (EAESP) da FGV.
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