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PicPay testa pagamento com reconhecimento facial na nova sede do Original

Empresa acredita que a pandemia de coronavírus mudou a forma com que os clientes preferem realizar pagamentos

PicPay: empresa espera que biometria facial se torne tão comum no Brasil como é na China (Banco Original/Divulgação)

PicPay: empresa espera que biometria facial se torne tão comum no Brasil como é na China (Banco Original/Divulgação)

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Carolina Ingizza

Publicado em 27 de maio de 2020 às 09h40.

O PicPay quer estar na vanguarda dos meios de pagamento no Brasil com uma nova tecnologia: pagamentos por reconhecimento facial. O aplicativo, que popularizou o uso de QR codes nas transações financeiras em 2012, quer liderar uma nova mudança nos pagamentos digitais. Os primeiros testes com a tecnologia já estão sendo feitos na nova sede do Banco Original, controlador do PicPay. Com a reabertura do comércio, os planos são expandir o processo para todos os consumidores e estabelecimentos interessados.

A empresa acredita que a pandemia de coronavírus mudou a forma com que os clientes optam por realizar pagamentos, priorizando métodos que evitem o contato direto com superfícies. Somente em abril, o PicPay ganhou novas 3 milhões de contas, atingindo a marca de 20 milhões de clientes. “Com várias pessoas em casa procurando métodos de pagamentos à distância, a curva de adoção de tecnologia foi acelerada”, diz Gueitiro Genso, presidente do PicPay.

Utilizando o reconhecimento facial nos pagamentos, a empresa espera liderar um novo movimento de transformação digital pós-coronavírus. A tecnologia é capaz de reconhecer o consumidor mesmo com a máscara de proteção facial, item obrigatório em espaços públicos em várias cidades do país por causa da doença. A aposta da companhia é que em alguns anos esse método de pagamento seja “o novo QR Code”, assim como acontece na China, onde a tecnologia já é comum.

Genso acredita que a principal vantagem do reconhecimento facial seja a fluidez da transação financeira. “É uma experiência de pagamento sem de fato ter a experiência física do pagamento”, diz o presidente do PicPay. Uma das aplicações possíveis seria no transporte público, em que o reconhecimento facilitaria a cobrança e entrada de passageiros. Além da rapidez, a empresa acredita que o método seja inclusivo, por trabalhar principalmente com fotos. “As pessoas estão acostumadas a tirar selfie”, diz Genso.

Como funciona

A primeira aplicação prática da tecnologia está sendo testada na nova sede do Banco Original, onde os funcionários usarão seus rostos cadastrados para entrar no edifício quando o período de isolamento social terminar. No café interno do prédio, será possível também pagar os pedidos usando reconhecimento facial.

O processo de pagamento dura em média 30 segundos. Após fazer o pedido a um atendente, o usuário precisa se posicionar em frente a um tablet para que tenha seu rosto validado. Com a confirmação da identidade, o atendente libera a cobrança e o cliente recebe uma notificação no aplicativo do PicPay. Após confirmar a compra, a operação é finalizada e o valor é debitado da conta. Veja aqui como funciona.

Original já usa biometria facial

O Banco Original trabalha com a tecnologia de reconhecimento facial desde o começo de 2019. A instituição financeira adotou a biometria facial em vários processos com os clientes, como na abertura de novas contas digitais. “Entendemos que a tecnologia garante a assinatura necessária de que o cliente é ele mesmo”, afirma Raul Moreira, diretor executivo de tecnologia, produtos e operações do Original.

Em termos de segurança, a tecnologia se mostrou assertiva em quase 100% dos casos de uso. Por causa da robustez para evitar fraudes, Moreira diz que a ferramenta pode ser utilizada tanto para pagamentos físicos quanto para a validação de compras feitas com cartão de crédito no e-commerce. “Queremos levar soluções financeiras onde o cliente precisar”, afirma o diretor.

A nova sede do banco

O Original aproveitou a inauguração de seu novo prédio, no Brooklin, para implementar a tecnologia de reconhecimento facial para o acesso de todos os empregados. A nova sede do banco, projetada para se adequar ao novo tamanho da empresa, com quase 1.700 funcionários, será inaugurada assim que o período de isolamento social terminar.

O plano da empresa é que, após o período de quarentena, até 70% dos funcionários possam trabalhar de casa até três dias por semana, diminuindo o fluxo de pessoas no edifício. O projeto inicial era permitir o home office para 35% dos empregados, mas com 100% da equipe em casa, os gestores perceberam que era possível continuar com a operação normalmente com menos pessoas do escritório.

O prédio, que tem capacidade para 2.400 pessoas, foi projetado com 1.300 posições de trabalho. Na recepção, os funcionários terão a temperatura medida e precisarão passar por uma câmara de desinfecção antes de entrar. Eles também não vão ter mesas fixas de trabalho. Para guardar seus pertences pessoais, poderão usar os armários disponibilizados pela empresa.

Ao todo, são 24 andares, todos com varanda, áreas abertas e vegetação natural, segundo Luciano Almeida, diretor de Marketing do Banco Original. Há um andar só com salas de reuniões, nomeadas em homenagem a grandes nomes que inspiraram o mundo, como Steve Jobs e Tarsila do Amaral. “É um prédio muito bacana, mas só vamos ocupá-lo quando as autoridades sanitárias liberarem”, diz Almeida.

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