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Inovação com genialidade coletiva

Em Little Bets, o consultor Peter Sims diz que a inovação nas empresas raramente surge de uma única mente brilhante

"Ideias geniais são raras, e esperar por elas não é uma boa opção" (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 06h00.

São Paulo - Histórias de empreendedores que construíram impérios praticamente do zero, como a de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, ajudaram a forjar um mito poderoso - o de que empresas fora de série nascem quando alguém, num instante de genialidade, concebe uma ideia capaz de dar origem a novos produtos ou a modelos de negócios revolucionários.

No livro Little Bets ("Pequenas apostas", numa tradução livre, ainda sem publicação no Brasil), o  consultor americano Peter Sims diz que a realidade é bem diferente - a maioria dos negócios inovadores seria resultado de uma trajetória na qual seus donos aperfeiçoam pouco a pouco uma ideia inicial, possivelmente com apoio de funcionários, clientes ou inspirados na concorrência.

"Ideias realmente geniais são raras", diz ele. "Esperar por uma delas não é uma boa opção."

No livro, Sims cita o exemplo da Amazon, que adota a estratégia de testar na prática o maior número de ideias possível em busca daquelas que possam trazer bons resultados. A Amazon submete novos serviços à avaliação dos clientes, que ajudam a aprimorá-los com críticas e sugestões.

A maioria dos novos serviços acaba sendo encerrada rapidamente, antes que a empresa perca tempo e recursos demais com o seu desenvolvimento.

Vão para a frente as iniciativas que se revelarem capazes de ser fontes de receita realmente relevantes. Numa dessas experiências, no início da década passada, a empresa passou a vender produtos de outras lojas online em seu site. Aprovado pelos clientes, o negócio representa atualmente um terço das receitas da Amazon.

A genialidade coletiva, diz Sims, é um caminho rumo à perfeição. No livro, ele conta como o arquiteto americano Frank Gehry criou 82 maquetes até finalizar o projeto do teatro Disney Hall, em Los Angeles.

A cada versão, Gehry incorporava sugestões de músicos, técnicos em urbanismo e funcionários da prefeitura para melhorar a acústica e fazer do teatro um marco na revitalização do centro da cidade, sem aumentar demais os custos.

A ideia para o livro surgiu enquanto Sims cursava MBA na Universidade Stanford, nos Estados Unidos. Na época, Sims fez um estudo sobre as origens do Google. A empresa nasceu nos anos 90, quando Larry Page e Sergey Brin criaram um software de buscas na web.

Até 2002, eles ainda não haviam descoberto como ganhar dinheiro. Após conhecer o modelo de negócios de um pequeno concorrente, Page e Brin criaram os links patrocinados, que permitem às empresas fazer seus anúncios aparecerem aos internautas que pesquisam determinadas palavras-chave.

O livro traz a trajetória da Pixar, estúdio que produziu Toy Story e Procurando Nemo. Nos anos 80, a Pixar fabricava equipamentos de computação gráfica. Nas apresentações aos clientes, eram usados desenhos animados feitos internamente. Aos poucos, os técnicos da Pixar aprimoraram a tecnologia.

A qualidade dos desenhos melhorou gradativamente, até abrir caminho para o que veio depois.  "A Pixar não virou um estúdio porque alguém decidiu isso num planejamento estratégico", diz Sims. "Foram as ideias dos funcionários que pavimentaram o caminho para a mudança."

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São Paulo - Histórias de empreendedores que construíram impérios praticamente do zero, como a de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, ajudaram a forjar um mito poderoso - o de que empresas fora de série nascem quando alguém, num instante de genialidade, concebe uma ideia capaz de dar origem a novos produtos ou a modelos de negócios revolucionários.

No livro Little Bets ("Pequenas apostas", numa tradução livre, ainda sem publicação no Brasil), o  consultor americano Peter Sims diz que a realidade é bem diferente - a maioria dos negócios inovadores seria resultado de uma trajetória na qual seus donos aperfeiçoam pouco a pouco uma ideia inicial, possivelmente com apoio de funcionários, clientes ou inspirados na concorrência.

"Ideias realmente geniais são raras", diz ele. "Esperar por uma delas não é uma boa opção."

No livro, Sims cita o exemplo da Amazon, que adota a estratégia de testar na prática o maior número de ideias possível em busca daquelas que possam trazer bons resultados. A Amazon submete novos serviços à avaliação dos clientes, que ajudam a aprimorá-los com críticas e sugestões.

A maioria dos novos serviços acaba sendo encerrada rapidamente, antes que a empresa perca tempo e recursos demais com o seu desenvolvimento.

Vão para a frente as iniciativas que se revelarem capazes de ser fontes de receita realmente relevantes. Numa dessas experiências, no início da década passada, a empresa passou a vender produtos de outras lojas online em seu site. Aprovado pelos clientes, o negócio representa atualmente um terço das receitas da Amazon.

A genialidade coletiva, diz Sims, é um caminho rumo à perfeição. No livro, ele conta como o arquiteto americano Frank Gehry criou 82 maquetes até finalizar o projeto do teatro Disney Hall, em Los Angeles.

A cada versão, Gehry incorporava sugestões de músicos, técnicos em urbanismo e funcionários da prefeitura para melhorar a acústica e fazer do teatro um marco na revitalização do centro da cidade, sem aumentar demais os custos.

A ideia para o livro surgiu enquanto Sims cursava MBA na Universidade Stanford, nos Estados Unidos. Na época, Sims fez um estudo sobre as origens do Google. A empresa nasceu nos anos 90, quando Larry Page e Sergey Brin criaram um software de buscas na web.

Até 2002, eles ainda não haviam descoberto como ganhar dinheiro. Após conhecer o modelo de negócios de um pequeno concorrente, Page e Brin criaram os links patrocinados, que permitem às empresas fazer seus anúncios aparecerem aos internautas que pesquisam determinadas palavras-chave.

O livro traz a trajetória da Pixar, estúdio que produziu Toy Story e Procurando Nemo. Nos anos 80, a Pixar fabricava equipamentos de computação gráfica. Nas apresentações aos clientes, eram usados desenhos animados feitos internamente. Aos poucos, os técnicos da Pixar aprimoraram a tecnologia.

A qualidade dos desenhos melhorou gradativamente, até abrir caminho para o que veio depois.  "A Pixar não virou um estúdio porque alguém decidiu isso num planejamento estratégico", diz Sims. "Foram as ideias dos funcionários que pavimentaram o caminho para a mudança."

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