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Pandemia amplia crise dos patinetes e Grow demite em massa

A empresa diz ter ficado com equipe "bastante reduzida". Criada na fusão entre Grin e Yellow, startup já havia suspendido o aluguel de patinetes na pandemia

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Escritório da Grow em São Paulo: demissões feitas nesta semana (Mariana Fonseca/Exame)

Escritório da Grow em São Paulo: demissões feitas nesta semana (Mariana Fonseca/Exame)

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Carolina Riveira

Publicado em 2 de junho de 2020 às, 13h42.

Última atualização em 2 de junho de 2020 às, 15h55.

A startup de micromobilidade Grow confirmou a demissão nesta semana de "grande parte da equipe operacional e corporativa no Brasil". A Grow é resultante da fusão entre a brasileira Yellow e a mexicana Grin no começo do ano passado.

A empresa não confirmou o número de funcionários demitidos. Em comunicado enviado à EXAME nesta terça-feira, 2, a Grow disse que "a instabilidade do cenário econômico causado pela pandemia trouxe a emergência da difícil tomada de decisão que implicou no desligamento" dos profissionais, "a despeito da ótima performance" que vinham tendo.

Os últimos meses vêm sendo desafiadores para a Grow, mesmo antes da pandemia do novo coronavírus, que fez a empresa optar por paralisar o aluguel de seus patinetes elétricos.

Em janeiro deste ano, antes da pandemia, a Grow já havia encerrado as operações em 14 cidades. Sobraram apenas São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Curitiba (PR). A locação de bicicletas via aplicativo da Yellow também foi paralisada por tempo indeterminado, restando apenas os patinetes. Na ocasião, mais funcionários já haviam sido demitidos.

Em março, a startup foi comprada pelo fundo Mountain Nazca, dono do Peixe Urbano. O novo presidente, Roberto Álvarez Cadavieco, disse no comunicado anunciando a operação à época que “a era do crescimento a qualquer custo acabou” e que a Grow tinha o plano de ser “a primeira empresa de micromobilidade rentável do mundo.”

O site Mobile Time afirma sobre as demissões desta semana que a projeção de fontes ouvidas pela reportagem é de que a Grow se mantenha agora com apenas algumas dezenas de funcionários e que possa até mesmo encerrar a operação no Brasil. A empresa não confirmou a informação. A Grow também não confirma uma potencial saída do Brasil, como já fez a concorrente americana Lime.

Segundo apontava o perfil da empresa na rede social corporativa Linkedin nesta manhã, possivelmente antes de maiores atualizações adicionais por parte dos funcionários demitidos, havia mais de 600 trabalhadores com perfis vinculados à Grow, mais de 360 deles no Brasil. A contagem do Linkedin inclui os funcionários que afirmam trabalhar na empresa em seus perfis naquele momento.

"Apesar dos duros impactos e decisões gerados pela paralisação, a empresa segue acreditando que a micromobilidade tem um futuro promissor, e continuará dedicada a suas operações. Com uma equipe bastante reduzida, a Grow terá foco em um plano de retomada e na estruturação de uma empresa financeiramente sustentável e também está trabalhando no desenvolvimento de novos modelos de negócios que melhor se encaixam no cenário pós-pandemia", escreveu a empresa no comunicado desta terça-feira.

O pós-pandemia será difícil

A pandemia do novo coronavírus dificultou um cenário que já estava desafiador para a Grow. Além dos desafios financeiros, algumas desavenças internas entre os profissionais advindos de Grin e Yellow também atrapalharam.

A marca Yellow, criada pelos brasileiros Ariel Lambrecht, Eduardo Musa e Renato Freitas em 2017, foi encerrada no fim de 2019. A Grin, fundada no México, era a marca usada em outros países da América Latina.

Depois disso, Lambredcht, Freitas e parte do grupo remanescente da Yellow deixaram a empresa no início deste ano, enquanto circulavam no mercado rumores de que os fundadores da startup brasileira tiveram desentendimentos com os sócios mexicanos da Grin.

A briga entre os fundadores de Yellow e Grin teria sido, inclusive, um dos motivos que afastou um potencial aporte de até 150 milhões de reais do fundo de investimentos Softbank, segundo o site Suno Notícias.

Todo o segmento de micromobilidade também sofre para se tornar rentável. Um dos principais desafios no modelo de negócio da Grow é a depredação de patinetes e bicicletas. A empresa não usa estações fixas para os equipamentos, que podem ser deixados em um perímetro mais amplo, o que encarece a operação.

Na linha de tentar baratear os custos, a empresa lançou no começo deste ano o Grin4U, sistema de aluguel individual e mensal dos equipamentos. "O plano é escalar esse modelo, além de retomar faseadamente as atividades core de micromobilidade compartilhada", disse a Grow em nota.

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