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Fundo de VC vai ajudar startups com IPOs mais baratos e sustentáveis

G3 Ventures lançou uma parceria com a bolsa BVM12 para disponibilizar aberturas mais simples - e baratas - para suas investidas. Hoje, modalidade é feita apenas pela B3

Negócios sustentáveis: parceria entre fundo de venture capital e bolsa de valores quer facilitar IPOs de startups de impacto (Galeanu Mihai/Getty Images)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 1 de julho de 2021 às 15h44.

Última atualização em 2 de julho de 2021 às 12h10.

A G3 Ventures, fundo de investimento de risco (venture capital), anunciou uma parceria com a nova bolsa de valores do Brasil, a BVM12, para facilitar a abertura de capital de startups de menor porte no país. Com a aliança, as empresas investidas pelo fundo e que tenham impacto positivo terão acesso a listagens mais acessíveis na bolsa, considerada “sustentável”.

A união vem para viabilizar a missão das duas instituições. De um lado, o fundo quer manter aquecido e democratizar o acesso ao mercado de venture capital no Brasil, que já movimenta cerca de 4 bilhões de dólares no país. E de outro, a bolsa recém-chegada quer facilitar a entrada de empresas menores no mercado de capitais.

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Diferente da B3, que permite IPOs para empresas que desejam captar, no mínimo, 400 milhões de reais, a BVM12 foca em empresas que desejam captar entre 5 milhões e 399 milhões de reais. "São companhias maiores do que o permitido para um equity crowdfunding, mas também são menores demais para uma listagem na B3”, explica Eduardo Baumel, CEO da BVM12.

Um propósito adicional está em herdar uma das principais características do novo mundo de investimentos: o ESG (sigla em inglês para companhias que seguem critérios ambientais, sociais e de governança). A BWM12 irá considerar empresas que trazem consigo, além do retorno financeiro aos acionistas, o impacto socioambiental positivo. “Nossa intenção é conectar investidores de propósito a empresas de impacto”, diz Baumel.

Para não fugir da proposta, a ideia é investir em empresas com valor agregado, mas que desenvolvam soluções com foco na nova economia. A ideia segue a tese de investimentos do G3, que prioriza os setores de educação, saúde, negócios de impacto, fintechs e cibersegurança.

Dos 100 milhões de reais do fundo, 40 milhões, ou 30% do total, serão alocados em 16 empresas, já aptas para receberem os investimentos, até o final do ano. Para participar do fundo, os investimentos partem de 50.000 reais, explica Ricardo Carvalho, diretor do G3.

Mais barato? quanto?

Muito importante para investidores de risco, a segurança é uma prioridade na nova operação. A rastreabilidade vai reduzir os riscos para acionistas do fundo.

A liquidez vem em segundo lugar. Com a ponte entre as duas empresas, um investidor poderá vender a participação acionária adquirida nas startups pela BM12, quando bem quiser. “Essa é uma proposta de trazer mais liquidez e agilidade ao fundo”, diz Baumel.

Segundo Carvalho, da G3, a união desses dois fatores não existe ainda no mercado. “Acreditamos que isso vai mudar a realidade dos nossos investimentos e mais apetite aos empreendedores visionários que conseguirem tecnologia e mudança do mundo possam acessar essas empresas mais rápido”, diz.

Mas o diferencial da bolsa, segundo Baumel, é o de facilitar a entrada de empresas ao mercado de capitais com a ajuda da tecnologia blockchain, desenvolvida pela BVM12. Segundo o CEO, os custos, graças à desburocratização trazida pelo sistema — que substitui algumas etapas do processo de listagem na bolsa — , pesam de 50% a 70% menos no bolso dos investidores. “O queremos não é somente democratizar o acesso a investidores que querem empresas de impacto, mas fazê-las crescer”.

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