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Fundadores do Peixe Urbano investem em startup que revela fraudes

A startup IDwall quer acabar com fraudes de documentos em cadastros pela internet. E acabou de receber 2 milhões de reais para cumprir tal missão

O time da IDwall: negócio tem como meta confirmar se os usuários que se cadastram em um negócio são o que dizem ser (IDwall/Divulgação)

O time da IDwall: negócio tem como meta confirmar se os usuários que se cadastram em um negócio são o que dizem ser (IDwall/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 6 de abril de 2017 às 11h00.

Última atualização em 29 de maio de 2017 às 14h20.

São Paulo – Todos os anos, o Brasil perde cerca de 11 bilhões de reais apenas com golpes que usam documentação falsa. Dois empreendedores com experiência no mundo financeiro resolveram se unir para resolver esse problema, em julho do ano passado.

Assim nasceu a IDwall: um negócio que tem como meta confirmar se os usuários que se cadastram em um negócio são o que dizem ser.

Em apenas oito meses de vida, a startup já recebeu um investimento-anjo e passou por duas acelerações: uma em São Paulo, como residente do Google Campus, e outra no Vale do Silício, pela aceleradora 500 Startups.

Agora, a IDwall recebeu um novo investimento, no valor de 2 milhões de reais, feito pelos fundos Canary.vc (dos fundadores do Peixe Urbano) e Monashees.

História de negócio

Lincoln Ando e Raphael Melo já haviam trabalhado juntos no Banco Original, focado em varejo digital.

“Lá, tivemos visões que se tornariam a IDwall em alguns anos: pensamos em como as instituições financeiras se preveniam contra documentos falsos e clientes que querem lavar dinheiro na internet. A maioria dos bancos continuam com um grande escritório interno para isso, o que é custoso e não-escalável”, conta Ando.

Depois, eles fundaram uma empresa de locação de equipamentos para construção civil. “Lá, percebi que esse problema de credibilidade na internet é muito presente em qualquer setor ou empresa. Havia muita inadimplência ou fraude, e perdíamos muito dinheiro com isso, pois eram equipamentos caros.”

Então, Ando e Melo pensaram em como ajudar empresas a confiarem nas pessoas online, de forma mais simplificada do que cada negócio ter seu próprio “backoffice”.

Uma temporada de quatro meses em Mountain View, na Califórnia, fez Ando observar as soluções presentes no mercado americano. “Vi uma quebra dos escritórios tradicionais e a ascensão de tecnologias que geram soluções completas para esses mercados, como o BlockScore”, conta.

Os dois empreendedores se uniram em abril de 2016 para pensar na ideia de negócio. O lançamento ocorreu em junho do mesmo ano, já com a captação de um investimento-anjo.

Em agosto, saiu a notícia de seleção para a primeira turma de residentes do Google Campus. Apenas dois meses depois, a startup recebeu um aporte do fundo 500 Startups e ficou até fevereiro deste ano na aceleração, no Vale do Silício (Estados Unidos).

“Em alguns meses de empresa, tínhamos recebido já 700 mil reais em investimento. Tivemos de recusar alguns investidores americanos, por conta dos pré-acordos fechados no Brasil”, conta Ando.

Como funciona?

A IDwall oferece uma solução para automatizar e dar segurança aos processos de seus clientes, evitando fraudes.

Ao todo, são três etapas: validação automática de documentos (análise forense para dizer se o documento fornecido pelo usuário é verdadeiro ou não); checagem de posse (ver se o usuário é o mesmo o dono do documento, fazendo perguntas que só o dono do documento saberia); e, por fim, verificar se faz sentido o usuário se associar à empresa que contratou a IDwall.

“Conferimos o histórico de usuário, se para a empresa for interessante – por exemplo, a que contrata motoristas ou empregados domésticos. Vemos se o usuário possui antecedentes criminais e se está envolvido em corrupção e lavagem de dinheiro, por exemplo. Então, damos uma nota de risco para cada usuário, a partir das demandas de cada empresa”, explica Ando.

Cerca de 180 empresas se cadastraram para usar a plataforma, e algumas foram selecionadas para testar a versão beta do serviço, como pagantes. Alguns dos negócios atendidos são bancos, empresas de pagamento (como Moip e Vindi) e de transporte (como a 99). A mensalidade varia muito com o tamanho do empreendimento, indo de 500 até 20 ou 30 mil reais.

Novo investimento

Com o novo investimento de dois milhões de reais, feito pela Canary.vc e pela Monashees, o primeiro foco é atender os clientes da versão beta. A ideia é desenvolver o produto até junho, e depois focar nas vendas.

“Agora somos em 13 pessoas, e queremos contratar mais para desenvolver a plataforma. No segundo semestre, testaremos canais de venda e faremos o perfil de nossos clientes. Entendendo isso, conseguiremos realmente arrancar e expandir para todo o Brasil”, conclui.

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