Falta estímulo para os negócios sociais, dizem especialistas
Os negócios com foco nas classes de baixa renda ainda têm muito potencial, mas faltam incentivos
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 13h13.
São Paulo - Mudar o mundo e ganhar dinheiro. Esta é a proposta dos chamados negócios sociais, ideia que ganhou força nos últimos 10 anos. O grande foco desses empreendedores no Brasil, hoje, está na melhoria de vida das classes C e D. A afirmação é de especialistas que participaram de um painel sobre o assunto durante o evento Campus Party nesta terça-feira (7/2), em São Paulo. O aumento da renda da população menos favorecida, que fez crescer o poder de consumo, é o grande motivo desse novo movimento dos negócios.
Para o cientista político e sócio-fundador da Sementes de Paz, Omar Haddad, o grande potencial do mundo dos negócios atual está nas mãos das classes C e D, mas é preciso observar de perto a realidade antes de se aventurar. "Podemos identificar a oportunidade evidenciando a realidade dessa população para entender qual a necessidade", diz Haddad.
Apesar de promissor, o setor ainda enfrenta dificuldades para se estabelecer. Haddad fala em carência de políticas públicas e de mobilizações da sociedade. "É essencial mostrar que é possível ter esse tipo de empreendimento. Falta uma divulgação mais massiva e estímulos", reclama.
Inversão
Para o gerente Nacional de Desenvolvimento Territorial do Sebrae, André Spínola, há um cenário fértil, tanto de clientes como de ideias , para os negócios sociais. O foco, porém, deve de ser o investimento produzir desenvolvimento econômico. "Tem que pensar nessa inovação não só criando coisas novas, mas adaptando os serviços. Inovação não é isso", conta.
O coordenador de inovação da ANITEC, José Alberto Aranha, destaca que, mais do que investir na melhoria da qualidade de vida das classes menos favorecidas, há uma forte tendência de estimular essa população a empreender. "Há o foco do empreendedor na classe baixa e a entrada dessa população em negócios que a ajudam. Dois movimentos, duas tendências", ressalta.
Haddad concorda com a ideia de abrir espaço para o empreendedorismo social entre os que se beneficiam dele. "A inovação que vemos está justamente em instrumentalizar e inspirar essas pessoas a criarem iniciativas com visão de mudanças no impacto social", diz Haddad.
Diferencial
Os impactos sociais nos planos de negócio das empresas tem ganhado tanta importância que já existem fundos de investimentos que buscam essas características. Segundo o sócio e co-fundador da Vox Capital, Daniel Izzo, o interesse é por modelos de negócios voltados à baixa renda. "Além de querer resolver os problemas dessa população, tem que estar aberto a medir esse impacto social que pode causar ali", disse Izzo.
Para ele, o empreendedorismo social é um setor com movimento crescente. O intermediador de investimentos ressalta que a Voz Capital não exige apenas a oferta de produtos ou serviços para as classes baixas, mas um engajamento direto na solução de problemas de qualquer ordem, como saúde e educação. O fundo, que já investiu em seis empresas com este perfil, procura negócios com uma equipe complementar e não alguém que deseje fazer tudo sozinho. "Em empresas nascentes e startups, a equipe faz muita diferença, tem que saber o que está fazendo”, explica Izzo.
São Paulo - Mudar o mundo e ganhar dinheiro. Esta é a proposta dos chamados negócios sociais, ideia que ganhou força nos últimos 10 anos. O grande foco desses empreendedores no Brasil, hoje, está na melhoria de vida das classes C e D. A afirmação é de especialistas que participaram de um painel sobre o assunto durante o evento Campus Party nesta terça-feira (7/2), em São Paulo. O aumento da renda da população menos favorecida, que fez crescer o poder de consumo, é o grande motivo desse novo movimento dos negócios.
Para o cientista político e sócio-fundador da Sementes de Paz, Omar Haddad, o grande potencial do mundo dos negócios atual está nas mãos das classes C e D, mas é preciso observar de perto a realidade antes de se aventurar. "Podemos identificar a oportunidade evidenciando a realidade dessa população para entender qual a necessidade", diz Haddad.
Apesar de promissor, o setor ainda enfrenta dificuldades para se estabelecer. Haddad fala em carência de políticas públicas e de mobilizações da sociedade. "É essencial mostrar que é possível ter esse tipo de empreendimento. Falta uma divulgação mais massiva e estímulos", reclama.
Inversão
Para o gerente Nacional de Desenvolvimento Territorial do Sebrae, André Spínola, há um cenário fértil, tanto de clientes como de ideias , para os negócios sociais. O foco, porém, deve de ser o investimento produzir desenvolvimento econômico. "Tem que pensar nessa inovação não só criando coisas novas, mas adaptando os serviços. Inovação não é isso", conta.
O coordenador de inovação da ANITEC, José Alberto Aranha, destaca que, mais do que investir na melhoria da qualidade de vida das classes menos favorecidas, há uma forte tendência de estimular essa população a empreender. "Há o foco do empreendedor na classe baixa e a entrada dessa população em negócios que a ajudam. Dois movimentos, duas tendências", ressalta.
Haddad concorda com a ideia de abrir espaço para o empreendedorismo social entre os que se beneficiam dele. "A inovação que vemos está justamente em instrumentalizar e inspirar essas pessoas a criarem iniciativas com visão de mudanças no impacto social", diz Haddad.
Diferencial
Os impactos sociais nos planos de negócio das empresas tem ganhado tanta importância que já existem fundos de investimentos que buscam essas características. Segundo o sócio e co-fundador da Vox Capital, Daniel Izzo, o interesse é por modelos de negócios voltados à baixa renda. "Além de querer resolver os problemas dessa população, tem que estar aberto a medir esse impacto social que pode causar ali", disse Izzo.
Para ele, o empreendedorismo social é um setor com movimento crescente. O intermediador de investimentos ressalta que a Voz Capital não exige apenas a oferta de produtos ou serviços para as classes baixas, mas um engajamento direto na solução de problemas de qualquer ordem, como saúde e educação. O fundo, que já investiu em seis empresas com este perfil, procura negócios com uma equipe complementar e não alguém que deseje fazer tudo sozinho. "Em empresas nascentes e startups, a equipe faz muita diferença, tem que saber o que está fazendo”, explica Izzo.