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Exportação facilitada

Como exportar mais rápido e ficar mais perto dos clientes no exterior - pagando menos para isso - com a ajuda das free zones Ficar mais perto do cliente pode ser uma tremenda vantagem — sobretudo para as pequenas e médias empresas que pretendem crescer no mercado internacional. Para elas, existem as chamadas free zones […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Como exportar mais rápido e ficar mais perto dos clientes no exterior - pagando menos para isso - com a ajuda das free zones

Ficar mais perto do cliente pode ser uma tremenda vantagem — sobretudo para as pequenas e médias empresas que pretendem crescer no mercado internacional. Para elas, existem as chamadas free zones — áreas alfandegadas em alguns dos principais portos e aeroportos do mundo. Nas free zones, os produtos são desembarcados e ficam à espera dos compradores, sem ser onerados com os impostos de importação do país de destino. As taxas só são pagas quando o produto é vendido. "O sistema permite diminuir custos de exportação para empresas de pequeno porte", diz Juan Quiróz, presidente da Agência de Promoção de Exportações (Apex), órgão do governo que mantém os principais centros de distribuição desse tipo. "Manter escritórios próprios e grandes estoques no exterior costuma ser um investimento inacessível para elas."

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No ano passado, o empresário Roberto Weingrill Jr., de 39 anos, decidiu recorrer às free zones para aumentar sua presença no mercado externo. Sua empresa, a paulista Weril, que fatura 25 milhões de reais por ano com a fabricação de instrumentos musicais, tem como estratégia entrar com mais força nos Estados Unidos. As exportações, hoje em torno de 30% das receitas, são fundamentais para o crescimento da companhia. Em 2006, lotes de saxofones, trompetes, trombones e outros instrumentos de sopro foram embarcados para uma free zone do porto de Miami. Lá, os custos foram repartidos com outros exportadores brasileiros de pequeno porte em um centro de distribuição.

O resultado foi uma economia de cerca de 90% em relação ao que a Weril teria com uma estrutura própria, o que a ajudou a ser mais competitiva. "Mesmo num período em que o real se valorizou, nossas exportações para o mercado americano aumentaram 47% em relação a 2005", diz Weingrill Jr. Os ganhos foram além da economia tributária. "Antes trabalhávamos com um distribuidor no mercado americano e atendíamos cerca de 30 empresas", diz Weingrill Jr. "Hoje temos acesso a uma carteira com mais de 3 000 clientes e nossas perspectivas de crescimento mudaram completamente."

A utilização dos centros de distribuição em free zones ajuda a enfrentar algumas das principais dificuldades financeiras das pequenas e médias empresas com ambição de vender lá fora. "Ao pagar impostos apenas depois da venda, a empresa também reduz a necessidade de capital de giro para exportar", diz Quiróz. "E com baixo custo e sem intermediários, o empresário pode ter contato direto com os canais de vendas, como redes de supermercados e lojas de departamentos, que de outra forma só seriam alcançados com um distribuidor local."

Além de Miami, há outros nos portos de Frankfurt e Lisboa (para atender a Europa), Varsóvia (estratégico para os mercados do Leste Europeu) e Dubai (uma ponta de lança para os países árabes). O custo mensal para manter um escritório num desses centros pode variar de 1 500 dólares, em Miami, a 2 500 euros nos portos da Europa — incluindo os serviços jurídicos. Esses valores são apenas uma pequena fração do que custaria se instalar sozinha num desses destinos. As despesas poderiam chegar a 12 000 dólares por mês nos Estados Unidos ou mais de 10 000 euros em um porto europeu.

As empresas costumam fechar contratos para manter sua infra-estrutura nesses centros de distribuição por um período entre 12 e 18 meses. Depois, esperam ganhar musculatura suficiente para se manter sem esse auxílio. É o caso da Kanitz, fabricante de cosméticos e perfumes do Rio de Janeiro. Ao começar a negociar com clientes americanos, o empresário Celso Dantas, de 55 anos, proprietário da empresa, viu que era preciso manter seus produtos o mais perto possível dos compradores. "Nos Estados Unidos, muitas vezes os clientes querem a entrega imediata das mercadorias assim que o negócio é fechado, o que não conseguíamos sem estar lá", diz Dantas.

Em 2004, a Kanitz tentou entrar no mercado americano assessorada por uma empresa montada por brasileiros. Mas os cosméticos demoravam a chegar, o negócio não prosperou e perdeu-se dinheiro. No ano passado, a Kanitz conseguiu 60 000 dólares em exportações para o mercado americano, principalmente para a Flórida e Nova York, onde tem entre seus principais consumidores o público latino que vive nessas regiões. Além disso, a partir da free zone de Miami, seus cosméticos também chegam a países do Caribe, como Equador, Haiti, Guiana Francesa e Antilhas. "Agora estamos mais preparados para prosseguir por nossa conta", diz Dantas.

O tamanho da conta Quanto custa estar presente no exterior por meio das free zones e com recursos próprios

Free zone

Custo - Estados Unidos

Inicial - 1 500 dólares

Mensal - 600 dólares

Custo - Europa

Inicial - 2 500 euros

Mensal - 800 euros

Por conta própria

Custo - Estados Unidos

Inicial - 6 500 dólares

Mensal - 11 500 dólares

Custo - Europa

Inicial - 5 500 euros

Mensal - 10 190 euros

Fonte: Apex

As regras Como a free zone funciona

O que é

Centro de distribuição no exterior onde as empresas brasileiras podem manter estoques, mostruários e escritórios a custos mais competitivos.

Quem pode entrar

Fabricantes de produtos manufaturados que já exportem ou tenham potencial para exportar. O período permitido varia de 12 a 18 meses.

Onde encontrar

Miami, Frankfurt, Lisboa, Varsóvia e Dubai.

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