Exame Logo

Ele vendia geladinho e hoje fatura R$ 20 milhões com açaí

Jefferson Domingos precisava pagar uma dívida monstruosa na pequena cidade de Cambuí, em Minas Gerais. Para isso, fundou a rede de franquias Açaí Villa Roxa

Jefferson Domingos, da Açaí Villa Roxa: Marca tem 31 franquias e duas fábricas próprias de produção de açaí (Açaí Villa Roxa/Divulgação)

Júlia Lewgoy

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2017 às 06h00.

São Paulo - Cambuí é uma cidade no interior de Minas Gerais , daquelas onde a vizinhança se conhece. Não era difícil para o mineirinho Jefferson Domingos, aos seis anos, vender geladinhos feitos de suco em pó na arquibancada do futebol aos domingos.

Desde cedo, ele via a mãe fazer bichos de espuma para vender e o pai bater de porta em porta nas lojas da cidade para comercializar autopeças, trazidas de São Paulo. Aprendeu logo a ganhar dinheiro e a não contar com a sorte.

Veja também

Na adolescência, vendia flores em frente ao cemitério e chegou a ganhar quatro mil reais por mês com os shows de uma banda que montou com os amigos. A história do fundador da rede de franquias Açaí Villa Roxa  parece linear demais até aqui, mas antes de se tornar um empreendedor de sucesso, Domingos viu sua reputação virar pó.

Da dívida ao negócio

Naquela mesma cidade da sua infância onde todos conheciam a vida dos outros, Domingos começou a organizar grandes festas e shows. Resultado? Contraiu dívidas que somavam 268 mil reais.

“Imagina um cara em uma cidade minúscula, que de sábado para segunda passou a dever milhares para um monte de gente. Eu era xingado na rua e chorei muito nessa época”, conta.

Domingos, então, prometeu a todos que pagaria as dívidas em dois anos. Lutador de jiu-jitsu, era consumidor de açaí, que o pai trazia de São Paulo, e resolveu vender o alimento inusitado na cidade, em 2008. “Hoje em dia açaí é um produto da moda, atrelado à alimentação saudável, mas naquela época era uma novidade”, relata.

Domingos montou uma loja escondida no fundo de um prédio, em um ponto comercial muito ruim cedido por um amigo. Sua estratégia era guardar 50% do lucro, e os outros 50% ele usaria para pagar as dívidas.

No primeiro mês, ganhou 100 reais com o negócio e devolveu 50 reais para o maior credor, a quem devia 13 mil reais, e assim cumpriu o combinado. “Eu acordava às 6h e trabalhava até às 2h da madrugada. Eu mesmo batia todo o açaí  para vender”, conta.

Em dois anos, Domingos pagou toda a dívida, abriu cinco lojas e comprou uma fábrica no Pará, para produzir o próprio açaí em grande escala, reduzir custos e garantir o abastecimento de suas franquias.

Alimentação saudável

Hoje, a rede Açaí Villa Roxa fatura 20 milhões de reais por ano, tem 31 franquias e duas fábricas, no Amapá e na pequena Cambuí, em Minas Gerais, onde Domingos começou lá atrás com os geladinhos.

Além de açaí com acompanhamentos, a franquia vende sanduíches, smoothies, grelhados e outros produtos, com foco em alimentação saudável.

Para entrar nesse mercado, Domingos conta que pesquisou a fundo o que os concorrentes ofereciam e como ele poderia inovar, e investiu muito em divulgação. “A cada cidade que entrávamos, queríamos ser os melhores. Nunca deixávamos o mercado nos engolir.”

Acompanhe tudo sobre:AlimentaçãoEmpreendedoresFranquias

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de PME

Mais na Exame