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Cerrado é opção de negócio para artesão goiano

Produtos feitos a partir de materiais orgânicos destacam-se pela sustentabilidade

Artesão goiano Reinaldo Alves Pereira trabalha com produtos típicos do cerrado (Fernando Leite)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2012 às 14h57.

Goiânia – Há três décadas, o artesão goiano Reinaldo Alves Pereira, de 54 anos, sobrevive da venda de produtos feitos a partir de materiais orgânicos retirados do cerrado. Ele faz das peças de decoração a única fonte da família composta pela mulher e dois filhos.

De galhos secos, folhas desidratadas, sementes e cascas de frutos nascem vários produtos decorativos. Os campeões de venda são bonecos feitos de cascas de jatobá e coco seco, quadros, topiarias e arranjos com folhas desidratadas. O valor dos produtos gira em torno de R$ 15 e são destaque na Feira do Cerrado, realizada todos os domingos, atrás do Estádio Serra Dourada, em Goiânia.

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Reinaldo também faz do trabalho artístico uma forma de apelo por um mundo mais sustentável , aliado ao resgate das tradições culturais de Goiás. “Por ser um trabalho ecologicamente correto, tem muita arte e acabamento na montagem. É uma forma de conscientizar que é possível sim viver da natureza sem degradar”, defende.

A cada semana, Reinaldo investe ao menos R$ 150 na aquisição dos materiais, que incluem arame, cola, tecidos, pregos, tintas, tiner, anilina, álcool, verniz, alho, pimenta, cravo e canela, entre outros. “Algumas semanas eu passo apertado, pois nem sempre consigo vender tudo que produzo na feira. E durante a semana, tudo fica guardado na minha casa. É um desafio”, revela.

Nas poucas horas de folga, o artesão também busca ampliar os conhecimentos, principalmente sobre gestão de negócios. Por isso, sempre que possível, participa de reuniões e palestras do Sebrae em Goiás sobre vendas e empreendedorismo, oportunidade para melhorar seu networking a apresentação do trabalho.

Estabilidade

Mesmo com tantos anos de atuação, o artesão Reinaldo Alves ainda busca se estabilizar no mercado. Para isso, ele pretende investir em sede própria para o ateliê, que atualmente está montado em sua residência, no Setor Balneário Meia Ponte, região Norte da capital.

Outro anseio é contratar mão de obra para dividir responsabilidades e ter mais tempo para criar novas peças e prospectar novos clientes. Mas, para isso, corre atrás da legalização do negócio, que depende do pagamento de algumas dívidas. “Os desafios são muitos, mas a paixão por artesanato é maior ainda”, acredita.

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