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BTG amplia fatia na startup CredPago, que substitui fiança no aluguel

Um fundo de investimento gerido pelo banco, que já tinha 20% da empresa fundada em Curitiba, elevou sua participação para 49%

CredPago: com uma tecnologia que usa dados de cartões de crédito e avaliações de agências de classificação como Serasa, a startup analisa o perfil de risco dos interessados em um aluguel  (CredPago/Divulgação)

CredPago: com uma tecnologia que usa dados de cartões de crédito e avaliações de agências de classificação como Serasa, a startup analisa o perfil de risco dos interessados em um aluguel (CredPago/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 24 de julho de 2020 às 12h19.

Última atualização em 24 de julho de 2020 às 18h00.

Um fundo de investimento gerido pelo banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME) ampliou a participação de 20% para 49% na CredPago, startup fundada em Curitiba com a missão de facilitar a burocracia no aluguel de imóveis residenciais.

A CredPago substitui um entrave para muitos contratos de aluguel: encontrar um fiador. Com uma tecnologia que usa dados de cartões de crédito e avaliações de agências de classificação como Serasa, a CredPago analisa o perfil de risco dos interessados num aluguel e, em segundos, dá o ok (ou não) sobre a capacidade de pagamento do interessado. Além disso, a startup fornece outra informação valiosa para os corretores: qual o valor do imóvel que, de fato, o interessado no aluguel consegue pagar.

A CredPago deve faturar 100 milhões de reais em 2020, quase o dobro do resultado do ano passado. O dinheiro vem dos clientes finais, os interessados em mudar de imóvel. Em vez de exigir uma fiança, o que normalmente equivale a um ou dois alugueis pagos antes de o cliente entrar no imóvel, no sistema da CredPago os clientes parcelam o seguro em até 12 vezes numa espécie de financiamento que ocorre com eles já morando no imóvel. A ideia, diz o sócio-fundador da CredPago, Sandro Westphal, é facilitar a entrega das chaves aos locatários.

A pandemia causou um baque aos negócios da CredPago. "As receitas caíram para 30% do normal no período em abril", diz Westphal. Agora, já estão no mesmo nível pré-crise. A melhoria ocorreu com a criação de funções dentro da CredPago para permitir o parcelamento de alugueis em atraso.

A novidade colaborou para uma ampliação expressiva na base de clientes nos últimos meses. As soluções da CredPago devem chegar a 85.000 consumidores até o fim do ano, pouco mais de o dobro do resultado visto no fim do ano passado. "Atualmente operamos em mais de 400 municípios e, ao lado do BTG Pactual, pretendemos dobrar esse número até 2021”, afirma Jardel Cardoso da Rocha, presidente da startup.

Fundada em 2016, a CredPago está presente em 11.0000 imobiliárias. Boa parte das imobiliárias brasileiras são de pequeno e médio porte, sem as mesmas condições de investir em tecnologia como algumas startups estrelas do chamado proptech, ecossistema de inovação no mercado imobiliário, a exemplo de Loft e Quinto Andar. "Queremos dar a toda imobiliária a condição de competir com essas startups inovadoras", diz Westphal.

O namoro entre o fundo gerido pelo BTG e a CredPago começou em janeiro deste ano, com a aquisição de 20% da CredPago. "A CredPago tem um modelo disruptivo dentro do mercado em que atua", diz Leonardo Felix, sócio-responsável pela seguradora do BTG Pactual. A ideia, segundo Felix, é oferecer a solução da CredPago junto aos demais produtos da seguradora.

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