São Paulo – É fato que uma das motivações de uma pequena empresa é fazer algo inovador e que mude o mundo. E isso vem acontecendo com diversas startups que, além de terem ideias diferenciadas, acabam por fazer bem às pessoas. Por isso, este mercado está cada vez mais atrativo e chama a atenção de investidores. “Os fundos de investimento estão fazendo algo que acontece desde 1979 nos Estados Unidos, quando empresas com faro empreendedor apostam seu capital em ideias diferentes. É claro que para isso o fundo precisa acreditar no produto e enxergar um diferencial interessante. E as startups têm sido um bom meio para isso”, avalia Marcio Filho, especialista em empreendedorismo. Conheça, nas páginas seguintes, sete startups por um mundo melhor.

O MobiCrops é um aplicativo que tem por objetivo erradicar a fome no mundo. O projeto pode ser visto por muitos como utópico, mas surgiu a partir de um trabalho de graduação de dois estudantes, Daniel Boston e Manoop Talashi, durante pesquisas na New Jersy Institute of Technology. A ideia é que a ferramenta ajude agricultores espalhados por todo o mundo a se comunicar melhor, o que, consequentemente, beneficia o planejamento do cultivo. A função primária dos amigos era de resolver o problema da fome, mas a funcionalidade do aplicativo é tanta que as chances de ganhar dinheiro com o projeto já começam a dar os seus primeiros passos.

Você já pensou em estudar sobre os mais variados temas em um mesmo lugar e, melhor, com ensino de qualidade gratuito? Essa é a proposta da Academic Earth, que existe desde 2008 e surgiu por iniciativa do empreendedor Richard Ludlow. Desde a faculdade – ele se formou em Yale –, a sua intenção era permitir que todos tivessem acesso ao ensino de qualidade, mas sem que para isso fosse necessário gastar fortunas. Dessa forma, com a Academic Earth você tem acesso a mais de 2 400 palestras, feitas através de poadcasts, que estão disponíveis no site da empresa. Para que se tenha ideia, depois de apenas três meses de seu lançamento, já haviam mais de um milhão de visitas, o que prova que o acesso a uma educação de qualidade ainda é um dos principais desejos da população mundial.

Pensando na sustentabilidade, em 2004 surgiu a CleanFish, uma empresa eco-friendly que percebeu a necessidade dos frutos do mar serem capturados e vendidos por supermercados e restaurantes de forma consciente. Seus fundadores são Tim O’Shea e Dale Sims, os quais se conectaram a diversos fornecedores formando essa rede do bem, que agora é responsável por fornecer os mariscos a grandes mercados. Apenas pouco tempo depois de seu lançamento, a empresa de capturas sustentáveis já atingiu um retorno de US$ 20 milhões.

Essa é uma das marcas mais queridinhas do mundo das startups do bem. Seu projeto, que é simples e já foi copiado em outros setores, traz bem-estar a muitas crianças carentes. Ele foi idealizado durante uma viagem do empreendedor Blake Mycoskie à Argentina. A ideia é de “um para um”, ou seja, a cada um par de sapatos que a TOMS Shoes vende, doa outro para pequenos necessitados. Nas primeiras aparições da ação a sapataria doou mais de um milhão de pares de sapatos infantis, além de passar a fazer parte do guarda-roupa de diversas pessoas espalhadas pelo mundo. Uma ideia de marketing, ligada a uma ação social bem feita.

A Better Place é um exemplo de startup do setor dos transportes que desenvolve projetos ligados a energia e carros, com ideias sustentáveis e tecnológicas. A empresa atua em Israel, na América do Norte, na Dinamarca, na Austrália e no Japão, e mostra saídas criativas para grandes montadoras. No caso das baterias, por exemplo, a Better Place desenvolve produtos feitos de lítio para veículos elétricos, o que mantém o desempenho do carro e torna a energia reciclável, ecologicamente saudável e segura.

Sem fins lucrativos, a startup Green Spaces foi fundada por Marissa Feinberg. O objetivo da empresa é de fornecer a infraestrutura necessária para que empresas possam trabalhar de forma sustentável. O projeto é desenvolvido em Nova York e no Colorado e conta com mais de 1 000 empresas amigas, que usam o lugar público como local de trabalho de suas empresas. Ali, além de novas ideias, é um local onde os empreendedores podem fazer networking e encontrar soluções inovadoras para as suas marcas, tudo de forma ecologicamente correta e com maior reuso dos recursos.

Não é apenas no exterior que as boas ideias surgem. A Maynis Alliance, empresa de novos negócios sustentáveis, lançou recentemente a startup B2Blue.com, que atua na área de resíduos sólidos para empresas, indústrias e escritórios. A plataforma online tem o objetivo de facilitar o contato entre os geradores de resíduos e seus diversos destinos, fazendo com que os usuários possam anunciar seus resíduos e apresentá-los a interessados que queiram adquiri-los como matéria-prima na sua linha de produção. A expectativa inicial do projeto é que a B2Blue atinja um público de 300 mil indústrias e empresas.