5 passos para colocar as finanças da sua empresa em ordem
Especialista em finanças afirma que procedimentos e ferramentas são fundamentais para organizar as contas de um negócio
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2014 às 06h12.
Dicas para colocar as finanças da sua empresa em ordem
Respondido porRogério Nunes , especialista em finanças
É comum que as pequenas empresas ou startups centralizem seus esforços nas questões comerciais e deixem em segundo plano a organização financeira. Esta aparente negligência, mesmo que involuntária, pode prejudicar seus resultados. Com a ajuda de algumas ferramentas e muita organização e disciplina, o empreendedor pode melhorar muito a área financeira do seu negócio:
1.Identifique a situação atual
Antes de avaliar as condições financeiras de uma empresa, é preciso identificar sua situação econômica: suas operações são lucrativas? Os preços e os volumes comercializados são suficientes para cobrir seus gastos? Se a resposta for negativa, o desequilíbrio financeiro será inevitável e todas as ações no âmbito financeiro serão momentâneas. Antes de tudo, faça essa análise sobre o seu negócio e leve em conta de que uma boa organização financeira não irá resolver sozinha a situação econômica.
2.Estruture sua área financeira
Mesmo que as atividades financeiras sejam de responsabilidade apenas de uma pessoa, é importante estruturar as tarefas em: contas a receber, contas a pagar e tesouraria (administração do caixa, controle do endividamento e relacionamento com bancos). Essa é a estrutura ideal para organizar as finanças.
3.Utilize ferramentas de controle
O processo financeiro consiste em conhecer e controlar o presente e administrar o futuro. Para isto, procedimentos e ferramentas são fundamentais:
• Controle dos recebimentos – o procedimento interno deve identificar prontamente os atrasos de clientes e, imediatamente, iniciar o processo de cobrança. Para minimizar problemas futuros de inadimplência, é recomendável ter critérios de análise de crédito antes da efetivação de uma venda. Poucos eventos prejudicam mais uma empresa do que uma venda não recebida.
• Controle dos pagamentos – o empresário deve ter conhecimento e controle de todos os pagamentos efetuados. Quando isto não é possível, ele deve implantar na sua equipe um controle coerente e rígido de alçadas para liberação de pagamentos, com atenção redobrada para as disponibilidades de caixa.
• Endividamento – em situações na qual o endividamento é alto e em diversas modalidades, é importante identificar o cronograma de pagamentos, o prazo para liquidação e o custo dos contratos.
• Administração da necessidade de capital de giro – este é um dos maiores dilemas enfrentados pelas pequenas empresas. O primeiro passo é conhecer o problema: em quantos dias o meu estoque gira? Qual o prazo de pagamento que concedo aos meus clientes? Qual o prazo de pagamento que recebo dos meus fornecedores? Em que período do mês as minhas vendas e/ou compras se concentram? Qual o impacto que eventual crescimento das vendas pode causar no meu caixa? De posse das informações, as ações corretivas devem ser implementadas a partir das áreas de maior distorção e/ou impacto.
• Administração do caixa – o controle do caixa, para ser efetivo, deve ser feito diariamente e inicia com a análise dos extratos bancários. Trata-se do fluxo de caixa diário. Os relatórios de movimentação do caixa, para apresentarem uma informação inteligente, devem demonstrar as rubricas das entradas e saídas de caixa, com destaque para as atividades operacionais. Por exemplo: entradas operacionais como cobrança de clientes à vista ou a prazo e pagamentos operacionais de fornecedores, impostos, entre outros.
• Previsão de caixa – esta é a ferramenta de administração do futuro. No entanto, para que produza os efeitos desejados, os valores projetados devem obedecer a parâmetros muito coerentes: integração com os valores a receber e a pagar; integração com os contratos de financiamento; previsões de vendas e premissas coerentes de prazos de recebimento e pagamento etc. Uma vez em funcionamento, a previsão de caixa será uma importante ferramenta para tomada de decisões e direcionamento dos negócios.
4.Estude o risco das decisões de investimento
Todo investimento deve ser objeto de estudo financeiro a respeito do risco, em função do capital aplicado, a fonte de financiamento e a expectativa de retorno. Todo financiamento deve ser objeto de estudo em relação às melhores taxas, condições de pagamento e garantias.
5.Não misture as finanças pessoais com as da empresa
As obrigações financeiras dos sócios não são obrigações financeiras da empresa. São entidades diferentes e assim devem ser tratadas.
Rogério Nunes é especialista em finanças e diretor da Moore Stephens Auditores e Consultores.