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10 dicas para o empreendedor fazer um aplicativo de sucesso

Fernando de la Riva, especialista em negócios digitais, lista recomendações para quem quer começar a construir um aplicativo (e um negócio) de sucesso

Smartphone Moto E de segunda geração, da Lenovo/Motorola, em uso (Divulgação / Motorola)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2015 às 10h29.

10  dicas para fazer um aplicativo de sucesso
Escrito por Fernando de la Riva, especialista em negócios digitais

Atualmente, o empreendedor não tem mais dúvida se terá uma parte mobile para o seu negócio, mas como vai fazê-la. Afinal, os próximos bilhões de pessoas que vão entrar na internet farão isso via smartphone .

Neste contexto, se você quer abrir um negócio digital faz muito sentido que ele seja “mobile first”, ou seja, comece contando com o smartphone como base. Dito isso, seguem algumas dicas para você começar a construir um aplicativo (e um negócio) de sucesso.

1. Não subestime a fase pré-operacional

Ter uma base teórica é essencial para qualquer empreendedor. É obrigatório que você acompanhe algumas referências importantes e que, antes de tentar empreender, tenha lido no mínimo “The Lean Startup”, de Eric Ries, e “Inspired”, de Marty Cagan.

Se você quiser uma leitura menos densa para começar, vale o “Running Lean”, de Ash Maurya. O importante é que autores como Blank, Ries e Osterwalder estejam sempre no seu radar.

2. Faça uma autoavaliação

Empreender no Brasil é uma tarefa árdua, principalmente se você não tem todas as condições para isso. Antes de abrir o seu negócio é importante que você faça uma avaliação racional do seu estágio de vida pessoal e analise se é esse mesmo o caminho que você quer seguir.

Se você estiver passando por mudanças na sua vida como casamento ou filhos, ou é a única fonte de renda da sua casa, não entende o mercado em que está entrando ou odeia vender, pode não ser a hora de começar.

3. Consiga sócios, de preferência que sejam hackers

Por ser uma área relativamente nova, é muito difícil encontrar desenvolvedores mobile no Brasil. E quando são encontrados, é mais difícil ainda avaliar a qualidade do trabalho desses desenvolvedores. Por isso, quando for buscar um sócio, tente achar alguém técnico, que entenda de programação e tecnologia (isso se você não for da área, claro).

Lembrando que buscar um sócio é importante, afinal se você não conseguir convencer alguém a embarcar na mesma ideia que você, será ainda mais difícil convencer algum cliente.

4. Descubra se você quer disruptar ou não o mercado

Na fase pós-Lean Startup, o mercado norte-americano chegou à conclusão de que para ter sucesso em um negócio digital é preciso parar de focar em disrupção, ou seja, inovação de ganho operacional em mercados existentes, e criar um monopólio temporário com um mercado novo, que é focado no comportamento das pessoas.

Entretanto, o mercado brasileiro ainda está cheio de ineficiências que podem ser desfeitas e gerar sucesso para o seu negócio. Por isso, é importante você decidir se quer empreender do jeito brasileiro ou norte-americano. Ou se você pretende unir os dois pontos, criando um mercado novo para resolver uma ineficiência que ainda não teve solução proposta por ninguém.

5. Descubra se o seu produto é o certo a ser desenvolvido

O pior negócio é aquele que resolve um problema que ninguém tem. Antes de começar a ter trabalho e gastar dinheiro com o seu aplicativo, você precisa saber se alguém vai ter interesse em baixá-lo. Para isso, você deve estabelecer hipóteses e testá-las, por meio de pesquisas quantitativas e qualitativas, até chegar a um protótipo da sua ideia.

Neste ponto, é hora de testar novamente, criar protótipos com cada vez mais fidelidade e chegar ao seu produto mínimo viável. Lembrando que um aplicativo nunca deve parar de evoluir. É preciso estabelecer hipóteses e validá-las com seus clientes o tempo todo, de forma empírica, para garantir o seu sucesso.

6. Aprenda a fazer marketing de guerrilha

Com o seu aplicativo em mãos, você precisa de usuários. Para isso, é preciso que você tenha uma noção de Growth Hacking, que é a união entre marketing e Data Science. Em uma linguagem mais popular, significa como conseguir muito tráfego com pouco dinheiro.

Além de analisar continuamente de onde vêm os seus clientes e que iniciativa deu mais resultado, você vai ter que pensar fora da caixa com coisas como aumentar o fator de viralidade do seu app ou de como gastar pouco com ações interessantes que atraiam as pessoas que você precisa. Criatividade, análise de dados e conhecimento em marketing são diferenciais importantes neste período.

7. Aprenda a gerenciar o seu produto

Simplificando, fazer produtos mobile é uma mistura entre entender métodos ágeis de desenvolvimento de software, gerenciamento de produtos lean e práticas de marketing de aquisição/growth hacking. Isso significa ter times multidisciplinares que devem usar técnicas de “descoberta de produto”, gerenciamento de produto e frameworks de trabalho Scrum ou Kanban.

Existem ferramentas visuais como o Business Model Canvas, o quadro Kanban, e dashboards de métricas que ajudam a dar senso de urgência. Na parte de sistemas, ferramentas como JIRA ou Trello ajudam a organizar o trabalho.

8. Meça, meça e meça

O seu produto precisa ser acompanhado em várias dimensões. Primeiro, é preciso entender como seu usuário usa o app e configurar um funil de ativação e conversão, com ferramentas como Google Analytics ou KissMetrics. Depois, você tem que saber como otimizar e atribuir suas ações de marketing com ferramentas como o Flurry ou Adjust. Se seu app “capota” o tempo todo não dá para ganhar dinheiro.

Por isso, use ferramentas de monitoria como o Crashlytics ou Crittercism. Por fim, seu app ainda pode ter problemas de performance, o que pode atrapalhar sua posição no ranking da app store. Procure ferramentas gratuitas de medição de qualidade, como o New Relic.

9. Entenda as app stores

A ferramenta App Annie permite que você tenha dados de ranking, reviews, downloads e faturamento do seu aplicativo e da concorrência. Entender esses dados diariamente é o básico para que você evolua.

Você tem que entender também como funcionam os algoritmos de ranqueamento das app stores e trazer tráfego orgânico além do não orgânico. Se você conseguir ter seu app ranqueado alto ou como featured app você vai ter instalações “gratuitas” e de bons usuários.

10. Financie o seu app

O ciclo de venture capital local é um pouco diferente do americano devido à escassez de agentes e volume de financiamento. Em linhas gerais, um padrão que parece se repetir é: primeiro financiamento próprio e “dinheiro de suor”, ou seja, bootstrap seu app. Depois disso, a principal fonte é o chamado FFF (Amigos, Família e “Otimistas”, na tradução não literal do inglês).

Depois dessa fase, existe a possibilidade de entrar no ciclo mais ortodoxo de capital semente, com fundos de capital de risco focados em early stage e depois fundos focados em crescimento. Um fator exógeno são alguns programas de financiamento governamental associados ou não a aceleradoras.

Fernando de La Riva é diretor-executivo da Concrete Solutions, consultoria global de TI.

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10  dicas para fazer um aplicativo de sucesso
Escrito por Fernando de la Riva, especialista em negócios digitais

Atualmente, o empreendedor não tem mais dúvida se terá uma parte mobile para o seu negócio, mas como vai fazê-la. Afinal, os próximos bilhões de pessoas que vão entrar na internet farão isso via smartphone .

Neste contexto, se você quer abrir um negócio digital faz muito sentido que ele seja “mobile first”, ou seja, comece contando com o smartphone como base. Dito isso, seguem algumas dicas para você começar a construir um aplicativo (e um negócio) de sucesso.

1. Não subestime a fase pré-operacional

Ter uma base teórica é essencial para qualquer empreendedor. É obrigatório que você acompanhe algumas referências importantes e que, antes de tentar empreender, tenha lido no mínimo “The Lean Startup”, de Eric Ries, e “Inspired”, de Marty Cagan.

Se você quiser uma leitura menos densa para começar, vale o “Running Lean”, de Ash Maurya. O importante é que autores como Blank, Ries e Osterwalder estejam sempre no seu radar.

2. Faça uma autoavaliação

Empreender no Brasil é uma tarefa árdua, principalmente se você não tem todas as condições para isso. Antes de abrir o seu negócio é importante que você faça uma avaliação racional do seu estágio de vida pessoal e analise se é esse mesmo o caminho que você quer seguir.

Se você estiver passando por mudanças na sua vida como casamento ou filhos, ou é a única fonte de renda da sua casa, não entende o mercado em que está entrando ou odeia vender, pode não ser a hora de começar.

3. Consiga sócios, de preferência que sejam hackers

Por ser uma área relativamente nova, é muito difícil encontrar desenvolvedores mobile no Brasil. E quando são encontrados, é mais difícil ainda avaliar a qualidade do trabalho desses desenvolvedores. Por isso, quando for buscar um sócio, tente achar alguém técnico, que entenda de programação e tecnologia (isso se você não for da área, claro).

Lembrando que buscar um sócio é importante, afinal se você não conseguir convencer alguém a embarcar na mesma ideia que você, será ainda mais difícil convencer algum cliente.

4. Descubra se você quer disruptar ou não o mercado

Na fase pós-Lean Startup, o mercado norte-americano chegou à conclusão de que para ter sucesso em um negócio digital é preciso parar de focar em disrupção, ou seja, inovação de ganho operacional em mercados existentes, e criar um monopólio temporário com um mercado novo, que é focado no comportamento das pessoas.

Entretanto, o mercado brasileiro ainda está cheio de ineficiências que podem ser desfeitas e gerar sucesso para o seu negócio. Por isso, é importante você decidir se quer empreender do jeito brasileiro ou norte-americano. Ou se você pretende unir os dois pontos, criando um mercado novo para resolver uma ineficiência que ainda não teve solução proposta por ninguém.

5. Descubra se o seu produto é o certo a ser desenvolvido

O pior negócio é aquele que resolve um problema que ninguém tem. Antes de começar a ter trabalho e gastar dinheiro com o seu aplicativo, você precisa saber se alguém vai ter interesse em baixá-lo. Para isso, você deve estabelecer hipóteses e testá-las, por meio de pesquisas quantitativas e qualitativas, até chegar a um protótipo da sua ideia.

Neste ponto, é hora de testar novamente, criar protótipos com cada vez mais fidelidade e chegar ao seu produto mínimo viável. Lembrando que um aplicativo nunca deve parar de evoluir. É preciso estabelecer hipóteses e validá-las com seus clientes o tempo todo, de forma empírica, para garantir o seu sucesso.

6. Aprenda a fazer marketing de guerrilha

Com o seu aplicativo em mãos, você precisa de usuários. Para isso, é preciso que você tenha uma noção de Growth Hacking, que é a união entre marketing e Data Science. Em uma linguagem mais popular, significa como conseguir muito tráfego com pouco dinheiro.

Além de analisar continuamente de onde vêm os seus clientes e que iniciativa deu mais resultado, você vai ter que pensar fora da caixa com coisas como aumentar o fator de viralidade do seu app ou de como gastar pouco com ações interessantes que atraiam as pessoas que você precisa. Criatividade, análise de dados e conhecimento em marketing são diferenciais importantes neste período.

7. Aprenda a gerenciar o seu produto

Simplificando, fazer produtos mobile é uma mistura entre entender métodos ágeis de desenvolvimento de software, gerenciamento de produtos lean e práticas de marketing de aquisição/growth hacking. Isso significa ter times multidisciplinares que devem usar técnicas de “descoberta de produto”, gerenciamento de produto e frameworks de trabalho Scrum ou Kanban.

Existem ferramentas visuais como o Business Model Canvas, o quadro Kanban, e dashboards de métricas que ajudam a dar senso de urgência. Na parte de sistemas, ferramentas como JIRA ou Trello ajudam a organizar o trabalho.

8. Meça, meça e meça

O seu produto precisa ser acompanhado em várias dimensões. Primeiro, é preciso entender como seu usuário usa o app e configurar um funil de ativação e conversão, com ferramentas como Google Analytics ou KissMetrics. Depois, você tem que saber como otimizar e atribuir suas ações de marketing com ferramentas como o Flurry ou Adjust. Se seu app “capota” o tempo todo não dá para ganhar dinheiro.

Por isso, use ferramentas de monitoria como o Crashlytics ou Crittercism. Por fim, seu app ainda pode ter problemas de performance, o que pode atrapalhar sua posição no ranking da app store. Procure ferramentas gratuitas de medição de qualidade, como o New Relic.

9. Entenda as app stores

A ferramenta App Annie permite que você tenha dados de ranking, reviews, downloads e faturamento do seu aplicativo e da concorrência. Entender esses dados diariamente é o básico para que você evolua.

Você tem que entender também como funcionam os algoritmos de ranqueamento das app stores e trazer tráfego orgânico além do não orgânico. Se você conseguir ter seu app ranqueado alto ou como featured app você vai ter instalações “gratuitas” e de bons usuários.

10. Financie o seu app

O ciclo de venture capital local é um pouco diferente do americano devido à escassez de agentes e volume de financiamento. Em linhas gerais, um padrão que parece se repetir é: primeiro financiamento próprio e “dinheiro de suor”, ou seja, bootstrap seu app. Depois disso, a principal fonte é o chamado FFF (Amigos, Família e “Otimistas”, na tradução não literal do inglês).

Depois dessa fase, existe a possibilidade de entrar no ciclo mais ortodoxo de capital semente, com fundos de capital de risco focados em early stage e depois fundos focados em crescimento. Um fator exógeno são alguns programas de financiamento governamental associados ou não a aceleradoras.

Fernando de La Riva é diretor-executivo da Concrete Solutions, consultoria global de TI.

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