Foi aprovado hoje (23/07) o pedido do governo dos Estados Unidos de nomear um comissário independente para estudar as contas da WorldCom, que entrou com um pedido de concordata na segunda-feira.

O juiz Arthur Gonzalez, responsável pelo processo de concordata, acatou o pedido do Departamento de Justiça americano e aprovou também um financiamento provisório de 750 milhões de dólares para que a empresa de telefonia e transmissão de dados continue operando e pague seus empregados.

A nomeação de um investigador independente é o padrão em casos de concordata. "O que o investigador vai checar é se os números são sólidos o suficiente para o pedido de concordata ou se é um caso de falência", diz Marcelo Zanetti, advogado do escritório paulista Emerenciano, Baggio e Associados, especializado no setor de telecomunicações.

Zanetti lembra que, no caso da Enron, que também pediu concordata, o investigador descobriu que os números eram tão ruins que não havia possibilidade de recuperação da empresa -- era, portanto, caso de falência.

O interventor da WorldCom vai avaliar se os ativos da empresa são de maior valor que as dívidas. A partir dessa constatação, o ativo será renegociado, assim como os prazos de pagamentos. Também é função do interventor acompanhar a administração financeira da empresa até que o estado de concordata seja revertido.

As ações da brasileira Embratel, controlada pela WorldCom, são considerados, segundo o advogado, parte do ativo da empresa americana. Se a WorlCom vai se desfazer de seus ativos para quitar dívidas, então a Embratel deverá ser vendida -- dentro das regras brasileiras. Segundo a Lei Geral de Telecomunicações, a concessão da Embratel não pode ser vendida para outra empresa até julho de 2003.

A divida da WorldCom está em torno de 40 bilhões de dólares. Os ativos da Embratel valem 12 bilhões de reais, mas seu valor de mercado não chega a 1 bilhão de reais.