João Salvatori e Marcelo Lopes, da Wash Me: adesão de clientes corporativos foi a virada de chave do negócio (Wash Me/Divulgação)
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Publicado em 24 de março de 2022 às 10h15.
Última atualização em 24 de março de 2022 às 10h17.
Podemos contar a história da Wash Me por meio dos números. Também é possível descrever a trajetória da jovem empresa mencionando seu modelo de negócios inovador. Mas quando juntamos todos os elementos, conseguimos ter a real ideia de como essa startup de limpeza e estética automotiva ecológica, nascida pouco antes da pandemia, chega ao terceiro ano no mercado com um crescimento exponencial de 1.000% – e a ambiciosa meta de faturar R$ 10 milhões.
Fundada em julho de 2019 pelo administrador de empresas João Salvatori e pelo economista Marcelo Lopes, respectivamente o CEO e o CFO, a Wash Me surgiu como uma empresa de prestação de serviços de limpeza e estética automotiva, por meio da terceirização de fornecedores, voltada para o consumidor final.
Graças às técnicas de lavagem ecológica – na qual são utilizados apenas 500 mililitros de água por veículo ante 500 litros gastos em lava-rápidos convencionais – e ao uso de produtos biodegradáveis, desde o início da operação a sustentabilidade é um sólido pilar da empresa.
A conveniência de levar os serviços até o próprio endereço do cliente foi (e tem sido) outra vantagem competitiva.
Essa comodidade se revelaria um ponto crucial não só para a sobrevivência mas também para o próprio crescimento da Wash Me, sobretudo no início da pandemia, quando diversos setores da economia sofreram enormes impactos.
Não foi diferente no segmento de limpeza automotiva. Com fechamento de muitos lava-rápidos logo no período mais severo de lockdown, foi o momento que a Wash Me enxergou uma grande oportunidade.
Mesmo tendo de reduzir custos e estrutura para se adaptar à nova realidade, a marca passou a ser procurada pelos clientes, que queriam ser atendidos em suas casas e condomínios.
“Ficamos estagnados por um mês, nos recuperamos no seguinte, voltamos a investir em marketing e apostamos no atendimento de frotas, também em higienização contra covid-19, tanto para o cliente final quanto para as empresas”, conta o CEO João Salvatori.
Foi quando houve adesão de clientes corporativos e a Wash Me virou a chave do negócio. “Até então, fazíamos 300 serviços ao mês. Quintuplicamos a operação em menos de 30 dias e obtivemos uma receita mais previsível para o negócio”, diz o CEO.
A partir daí ficou claro que valia a pena concentrar esforços no B2B e trabalhar em um novo modelo de negócios.
A Wash Me se posiciona como uma empresa que faz a intermediação entre os clientes corporativos, que precisam de gestão de serviços de lavagem e manutenção automotiva para suas frotas leves e pesadas, e os prestadores de serviços, em geral lava-rápidos e estéticas automotivas de pequeno porte.
“Nós entramos para agregar segurança às empresas, que buscam um serviço bem executado, centralizado e regularizado. De outro lado, oferecemos também toda estrutura e oportunidade para que os pequenos parceiros possam assumir contratos maiores”, explica o CFO da Wash Me, Marcelo Lopes.
E o fato de oferecer os serviços in loco, no endereço dos clientes, desde o início das operações, acabou por trazer um aprendizado operacional importante, assim como é um grande benefício para a clientela a flexibilidade que a Wash Me possui ao realizar os serviços, por exemplo, na madrugada ou no período de ociosidade das frotas.
“Esse nosso modelo de negócios é a grande inovação em si, pois não há outro player do setor que atue da mesma forma, que capilarize e organize uma operação ESG nível nacional, com segurança, agilidade, controle e mensuração de dados”, completa Fernanda Lagrotta, head de marketing da Wash Me.
O compromisso ESG, aliás, é algo inserido de fato no DNA da Wash Me. Para além da impressionante economia de água e do emprego de produtos que não prejudicam o ambiente, a marca reforça a transparência na gestão e oferece ao cliente a possibilidade de ele próprio, por meio de um aplicativo, controlar os serviços e receber a informação de quanto de água deixa de utilizar ao optar pela lavagem ecológica.
Atua também para formalizar e capacitar cada vez mais os parceiros e profissionais e recentemente concluiu um projeto de capacitação com a Associação Reciclázaro, entidade que atua junto com pessoas em situação de vulnerabilidade, no qual treinou pessoas para torná-las aptas a trabalhar na área de limpeza automotiva.
“Transformamos vidas também, ao trazer para dentro da empresa colaboradores que atuavam com pequenos parceiros”, diz João Salvatori.
Com 450 parceiros envolvidos em seu ecossistema de atuação atualmente, presença em 60 cidades de nove estados e um time administrativo formado por 20 colaboradores, a Wash Me continua com crescimento expressivo e resultados positivos.
No final de 2021, a startup recebeu um aporte financeiro de um fundo de investimentos, que vai permitir dar sequência à expansão do modelo de negócios para firmar contratos com mais gigantes do porte de Creditas Auto, Conlog, Fadel, TP Taipastur Transportes – e outras transportadoras que fazem as entregas para uma das grandes cervejarias e um dos maiores supermercadistas do mercado brasileiro.
Os recursos também serão aplicados na melhoria da qualidade, na oferta de serviços, no time e em tecnologia.
Até o fim do ano, segundo o CFO Marcelo Lopes, será lançada uma nova plataforma digital Wash Me, mais estruturada, tanto para parceiros como para clientes, com serviços como venda de produtos, emissão de laudos e cursos para parceiros, enquanto para clientes uma melhor experiência de controle que gere mais segurança e transparência.
No mercado brasileiro, em que grande parte das lavagens ainda é feita sem consciência ambiental, a Wash Me tem um caminho enorme – e sustentável – a percorrer. “Vemos o Brasil com muitas oportunidades de crescimento. E por meio de nosso modelo de negócios simples e eficiente, replicaremos rapidamente país afora”, diz o COO, Omar Selem.