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Venda de passagens da TAM cai 11%

As vendas da TAM na primeira quinzena de setembro, de 363 063 passagens, registraram queda de 11% em relação ao volume comercializado na primeira quinzena de agosto deste ano, quando foram vendidos 407 695 bilhetes, segundo os órgãos de controle do tráfego aéreo no país. No mesmo período, as Varig vendeu 6% menos (333 000 […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

As vendas da TAM na primeira quinzena de setembro, de 363 063 passagens, registraram queda de 11% em relação ao volume comercializado na primeira quinzena de agosto deste ano, quando foram vendidos 407 695 bilhetes, segundo os órgãos de controle do tráfego aéreo no país. No mesmo período, as Varig vendeu 6% menos (333 000 contra 313 000), e a Vasp teve queda de 2,6% (de 117 000 para 114 000).

A redução das vendas da TAM ocorreu logo após a coincidência de dois acidentes com aviões Fokker 100 no mesmo dia 30 de agosto. Um deles teve de fazer um pouso forçado numa fazenda perto de Araçatuba, após perder totalmente o combustível devido a um defeito na alimentação dos motores.

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A outra ocorrência foi uma aterrissagem de emergência na pista do aeroporto de Viracopos, próximo a Campinas, com o trem de pouso travado. Não houve vítimas em nenhum dos casos, mas outros incidentes recentes com o Fokker e a lembrança de acidentes mais antigos com mortes - o pior deles em 31 de outubro de 1996, em São Paulo, com a perda de 99 vidas - alimentou uma onda de desconfiança em relação à aeronave. A rejeição, batizada de "Fokkerfobia", pode ser a causa da queda mais acentuada da TAM no mercado nos primeiros quinze dias de setembro.

Em muitas empresas, os profissionais que viajam regularmente de avião estão se recusando a embarcar em vôos de F-100. "Ninguém quer mais voar nesse avião", diz Patrícia Ferraz, secretária da diretoria da MasTec, uma empresa de serviços de infra-estrutura para telecomunicações com sede em São Paulo e cerca de 2 500 funcionários. Patrícia, encarregada de organizar as viagens de executivos e técnicos na MasTec, faz em média 10 reservas por semana. "Tem gente que não vai de jeito nenhum de Fokker e outros que aceitam se não tiver outro jeito", diz ela. "A diretoria pediu para tentar evitar."

Na TAM, os executivos admitem o impacto dos acidentes sobre as vendas mas dizem que ainda não têm dados a respeito. "Estamos monitorando o movimento e vamos ter um resultado consistente no início de outubro", diz Marco Antonio Bologna, vice-presidente de finanças da TAM. "No boca-a-boca já deu para sentir o efeito."

Reestruturação da malha

Para enfrentar o problema da imagem negativa dos Fokker e a perda de rentabilidade na operação (o balanço do primeiro semestre registrou prejuízo de 223 milhões de reais), a TAM começou nesta semana a cortar os vôos de nove trechos regionais. O ajuste da malha aérea será completado até o final de outubro.

Com isso, a empresa espera reduzir em 12% a sua oferta de assentos, melhorando a média geral de ocupação dos aviões. A medida também permite desativar parte dos F-100, reduzindo o problema potencial da rejeição ao modelo. Os dois aviões que fizeram pousos forçados recentemente já estão fora de uso -- o acidentado em Araçatuba foi considerado perda total pela empresa de seguro. Outros 19 F-100, de uma frota total de 50, com idade média de sete anos, estão tendo seus cronogramas de devolução adiantados.

A TAM começou na semana passada a negociar a mudança nos contratos com as empresas internacionais de leasing, donas dos aviões. Ao mesmo tempo, a companhia está colocando em operação novos Airbus. Ontem, em Congonhas, a TAM recebeu um A319, de 132 assentos, e um A320 de 150 lugares. Até dezembro chegarão mais seis Airbus. Com a retirada dos Fokker, a frota ao final do ano ficará com 82 aeronaves, 29 F-100 e 53 Airbus.

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