Varig e TAM desistem de fusão

A Varig e a TAM desistiram da fusão. A união de ativos permanecia como uma possibilidade quando as duas companhias aéreas entregaram, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em fevereiro, a proposta de criação de uma terceira empresa para administrar o compartilhamento de vôos. A nova definição foi anunciada nesta quarta-feira (17/3) pela Secretaria de Direito Econômico (SDE).

Consultores, advogados e economistas contratados pelas duas empresas se reuniram com órgãos de defesa da concorrência (SDE, Cade e a Secretaria de Defesa do Direito Econômico, do Ministério da Fazenda) na sede da SDE, em Brasília e comunicaram a decisão. As companhias irão enviar ao Cade uma proposta definitiva, que retira do texto a possibilidade de fusão.

O projeto de criar uma empresa para administrar os vôos compartilhados foi mantido. Segundo o consultor contratado pelas duas companhias, o economista Luciano Coutinho, as operações da nova empresa poderão começar no segundo semestre. A previsão inicial era de que a gestora dos vôos começasse a operar em maio.

A nova empresa (50% controlada pela Varig e 50% pela TAM) também seria responsável pelas operações consideradas rentáveis, como emissão automática de bilhetes e utilização do sistema de atendimento ao usuário, e pela definição de políticas tarifárias.

O processo de fusão foi anunciado pela primeira vez em fevereiro de 2003. No dia 10/2 deste ano, Varig e TAM informaram ao Cade que pretendiam associar-se, mas que o processo ficaria suspenso pelo prazo de dois anos.

Procuradas pelo Portal EXAME, a Varig e a TAM não souberam relatar os resultados da reunião na SDE. O porta-voz das duas empresas para o processo, Roberto Müller, afirmou não ter conhecimento sobre o encontro.

Além de Goldberg, participaram da reunião - organizada pelos órgãos de concorrência econômica para instruir as empresas sobre os procedimentos do processo burocrático - o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, José Tavares, o conselheiro relator da matéria no Cade, Thompson Andrade, e os representantes e consultores contratados pelas empresas: Luciano Coutinho e José Lima Gonçalves, do Banco Fator, Gesner Oliveira, consultor e ex-diretor do Cade, e advogados do escritório Tozzini Freire.