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Varig e TAM anunciam fusão para tentar aliviar a crise no setor

As duas maiores empresas aéreas brasileiras, Varig e TAM, anunciaram a criação de uma nova empresa. O objetivo é diminuir os efeitos da pior crise sofrida pelo setor aéreo do país. Pelo acordo, as frotas das duas companhias devem ser integradas, somando 218 aeronaves. As companhias assinaram um protocolo de intenções, mas não deram mais […]

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

As duas maiores empresas aéreas brasileiras, Varig e TAM, anunciaram a criação de uma nova empresa. O objetivo é diminuir os efeitos da pior crise sofrida pelo setor aéreo do país. Pelo acordo, as frotas das duas companhias devem ser integradas, somando 218 aeronaves.

As companhias assinaram um protocolo de intenções, mas não deram mais detalhes. "As duas companhias afirmam interesse mútuo em buscar uma solução conjunta que dê início à reestruturação do setor de aviação civil", afirmaram Varig e TAM na nota. Mesmo sendo apoiada e articulada pelo governo, o acordo deve passar pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), órgão que analisa fusões sob o ponto de vista da concorrência.

O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, José Viegas Filho, em cerimônia que contou com a presença de Luiz Furlan, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Carlos da Silva Bueno, Comandante da Aeronáutica, e dos presidentes da Varig, Manuel Eduardo Guedes, e da TAM, Daniel Mandelli Martin.

Pela nota, "as empresas afirmam seu mútuo interesse em buscar uma solução conjunta que dê início à reestruturação do setor de aviação civil brasileira, para a constituição de uma nova empresa, de capital aberto, com controle privado, compartilhado entre os sócios, gestão profissional e elevado padrão de governança corporativa".

"A nova empresa vai buscar sempre preservar os interesses dos usuários, prestando um serviço de padrão internacional, e atrair investidores para ingresso de recursos novos, e procurar solução socialmente responsável para os empregados", afirma o comunicado oficial. A Gol não comenta a fusão.

A Varig, líder do mercado, acumulava dívidas de 764 milhões de dólares até setembro, e um prejuízo de um bilhão de reais nos seis primeiros meses de 2002. Já a TAM, segunda maior companhia aérea brasileira, acumula prejuízo de mais de 300 milhões de reais e também encontra dificuldades em manter suas operações.

A possibilidade de acordo entre as empresas já fez as ações da Varig subir na quarta-feira (5/2). Com média diária de cinco negócios há mais de um ano, os papéis preferencias da empresa subiam 22,83% às 17h30, cotadas a 1,13 real, em 66 negócios. O volume financeiro passou de uma média de 10 mil reais por dia para uma projeção de 250 mil reais. A negociação das ações das empresas foram suspensas na Bovespa na manhã desta quinta-feira (6/2). A Bovespa anunciou a reabertura dos negócios às 14h30.

Palocci

Em entrevista à EXAME, após a vitória de Lula no segundo turno, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, afirmou ser contra a liberação de empréstimos para empresas em crise, sem reestruturação. "Uma empresa como a Varig não pode simplesmente receber a liberação de empréstimos. Precisa ser enquadrada num processo de recuperação. Por similaridade, você terá de atender todas as empresas do setor que tiverem problema. Sem reestruturação não é cabível financiamento público", disse ele.

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