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Vale corta produção de níquel, mas terá ganhos com o dólar alto

Presidente da empresa diz estar "tranqüilo" com a crise, mas prevê um quarto trimestre não tão bom quanto o terceiro

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse nesta sexta-feira que a empresa irá reduzir a produção de níquel em dois países: China (altos estoques locais) e Indonésia (custo elevado de produção). Ao comentar os bons resultados da empresa no terceiro trimestre, que incluíram um lucro de 12,4 bilhões de reais, Agnelli afirmou que a situação da empresa ainda é tranqüila e que haverá ganhos com a elevação do dólar. Somente com valorização da moeda norte-americana, o lucro em reais da empresa ganhou uma contribuição de 2,8 bilhões de reais. O executivo disse que cerca de 70% de investimentos estão no Brasil e, com os custos em reais, haverá vantagem para a empresa porque suas exportações estão atreladas ao dólar.

“Não há dúvida de que o câmbio pouco mais depreciado vai beneficiar a Vale, porque os custos são em reais. Vamos ter uma queda de custos em função especifica do câmbio”, afirmou.

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O presidente da Vale afirmou que as duas reduções de produção na China e Indonésia não afetarão os negócios da companhia. “Não é nada significativo sobre as reduções de produção anunciadas”, disse ele. “A China está reduzindo as compras. Não há nenhum embate com os chineses, são nossos clientes. Eles compram [minério] mais barato no mercado do que nós estamos dispostos a vender”, completou Agnelli. “A siderurgia está com retração exponencial. Os mercados deverão sentir os efeitos disso. A China tinha um crescimento anual de 12%. Estimamos um crescimento de 7% e 9%, o que é um crescimento bastante aceitável”, acrescentou.

Já com relação à Indonésia, a idéia, segundo ele, é ajustar a produção aos custos. “Na Indonésia, nós temos de queimar diesel para produzir níquel a 10 mil dólares a tonelada. Não é viável .”

Agnelli traçou um quadro otimista para os próximos passos da Vale, que registrou lucro recorde de 12,4 bilhões de reis no terceiro trimestre de 2008. “Nós temos saúde, força e músculo para passarmos essa fase [de crise mundial].”. O executivo classificou a marca como a melhor do ano. “Podemos ter um quarto trimestre que não deverá ser tão brilhante quanto foi o terceiro.”

Para ilustrar o bom momento da empresa, ele citou a criação de empregos no Brasil e no exterior. “A Vale contabilizou a criação de 20 mil posto de trabalhos em um ano: 15.000 no Brasil e 5.000 mil no exterior.”

O executivo diz que a estratégia agora é manter os atuais trabalhos, baseados, sobretudo, na consolidação dos investimentos já previstos. “A Vale vai ficar quieta, avaliando todas as opções que ela tem. E posso garantir a vocês que não são poucas”, afirmou

“Vamos aproveitar para limpar a casa, fazer a manutenção das ferrovias, fechar operações de maior custos feitas para atender as necessidades dos fornecedores específicos”, exemplificou.

Sobre o futuro, Agnelli não quis fazer especulações. “Decisões de investimentos de eventuais de cancelamentos de investimentos serão tomadas no final de 2009”, disse.

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