Taxar investidor estrangeiro com IOF teria impacto pequeno sobre o dólar, diz Itaú

O crescimento da entrada de dólares no Brasil neste primeiro trimestre vem derrubando a taxa de câmbio e prejudicando a exportação do país. Segundo reportagem do jornal Valor publicada na última sexta-feira, o governo está discutindo a retomada da cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investimentos estrangeiros em renda fixa a fim de amenizar tais problemas.

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, negaram o conteúdo da reportagem na própria sexta-feira. No entanto, nesta segunda-feira, o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral, afirmou que ainda há estudos sobre a taxação de investimentos estrangeiros.

Se a cobrança vingar, a corretora do Itaú, que trabalha de forma independente do banco, afirma que não haveria praticamente impacto nenhum sobre o real. Para os analistas, a medida seria levemente favorável aos investimentos em bolsa e poderia ainda apressar o fluxo de recursos estrangeiros para os títulos públicos enquanto a medida não é tomada.

“A médio prazo, a moeda irá refletir os preços das commodities e a aversão pelo risco, sem sofrer influência do IOF”, afirmou a corretora em relatório.

Outro fator preponderante, ressaltado pelo Itaú, são as altas taxas de juros embutidas nas transações com o Brasil, o que garante um menor risco aos investidores.