A grave crise financeira atravessada pela Parmalat culminou na renúncia de Calisto Tanzi à presidência do conselho administrativo da empresa. Tanzi, que fundou a Parmalat há 42 anos, renunciou também ao seu assento no conselho e à presidência executiva da Parmalat.
A saída de Tanzi foi anunciada ontem à noite, após reunião do conselho administrativo, que teve outros três membros substituídos por assistentes de Enrico Bondi, empossado como presidente executivo da empresa e como presidente do conselho administrativo.

Bondi é reconhecido na Itália como especialista em reestruturação de empresas. A ele é atribuída a salvação do grupo químico Ferruzi-Montedizon, que estava em situação pré-falimentar no início da década de 90. Bondi Também comandou a recuperação financeira do grupo Telecom Italia e da seguradora Fondaria.

Bondi, que chegou na Parmalat há uma semana por recomendação dos bancos credores da empresa, tem a tarefa de recuperar a companhia que se mostrou à beira da insolvência nas últimas semanas.

Na semana passada, a Parmalat atrasou o pagamento de uma dívida de 150 milhões de euros, apesar de ter afirmado em seu último balanço que contava com 4,2 bilhões de euros em caixa. Embora tenha quitado o compromisso na sexta-feira (12/12), a empresa terá de resolver outra dívida de curtíssimo prazo: 400 milhões de dólares, referentes a uma captação de recursos realizada pela controladora da subsidiária brasileira.

Bondi contratou os bancos Lazard e Mediobanca para elaborarem o plano de salvamento da companhia. As ações da empresa, cotadas na bolsa de valores de Milão, continuam com fortes oscilações. De quinta-feira (11/12) para cá os papéis da Parmalat desvalorizaram-se em 50%.